quinta-feira, 17 de novembro de 2011

ORIENTE MÉDIO - MAPA POLÍTICO


PAÍSES DO ORIENTE MÉDIO E SUAS RESPECTIVAS CAPITAIS
Arábia Saudita - Riad
Bahrein - Manama
Turquia - Ancara
Emirados Árabes Unidos - Abu Dhabi 
Iêmen - Sanaa
Israel – Tel Aviv
Irã - Teerã
Iraque - Bagdá
Jordânia - Amã
Kuwait – Al Kuwait
Líbano - Beirute
Omã - Mascate
Qatar - Doha
Síria - Damasco
Afeganistão - Cabul

ISRAEL X PALESTINA

CONFLITO ISRAEL X PALESTINA
Nome: Estado de Israel
Capital: Jerusalém (capital nacional e sede de governo), Tel Aviv (reconhecida internacionalmente)
Divisão: seis distritos
População: 7.285.033
Área: 20.770 quilômetros quadrados (não inclui territórios ocupados)
Idioma: hebraico (oficial), árabe, inglês
Moeda: shekel novo
Religião: Judaica (76,4%), muçulmana (16%), cristãos árabes (1,7%), outros cristãos 0,4% (2004)
Forma de governo: república parlamentarista
Posição no IDH: 23. A Noruega lidera a lista, e o Brasil está na 84ª posição
PIB (total de riquezas produzidas): US$ 194.015 milhões
Renda "per capita" anual: US$ 27,061
Internautas: 3,7 milhões
Analfabetismo: 4,6% (2003)
População abaixo da linha da pobreza: 21,6% (2005)
O Estado de Israel foi fundado em 1948, após o Plano de Partilha elaborado pela ONU, que dividiu a região, então sob domínio britânico, em Estados árabes e judeus, embora os primeiros tenham rejeitado o plano.  Foi o ponto alto do movimento sionista que buscava um Estado independente para os judeus. Desde então, a história de Israel, assim como a sua extensão territorial, tem girado em torno de conflitos com palestinos e nações árabes vizinhas.  Houve guerras com o Egito, a Jordânia, a Síria e o Líbano, mas sem que a tensão na região diminuísse.
Nesse período, Israel ocupou a península do Sinai, a Cisjordânia, a faixa de Gaza, as Colinas de Golã, o sul do Líbano. Em 1979, Egito e Israel selaram um acordo de paz, e os israelenses retiraram-se do Sinai em 1982. Disputas territoriais com a Jordânia foram resolvidas em 1994. Seis anos depois, Israel retirou-se unilateralmente do sul do Líbano.
Em 1993, foi assinado o Acordo de Oslo, que deu início ao processo de paz com os palestinos. Pelo acordo, a faixa de Gaza e a Cisjordânia passariam a ser território administrado pela ANP (Autoridade Nacional Palestina). Em 2005, Israel retirou suas tropas e colonos judeus - sob protestos destes - da faixa de Gaza.
Apesar da devolução da faixa de Gaza e de partes da Cisjordânia para o controle palestino, um acordo de "status final" ainda precisa ser estabelecido. Para isso, será preciso resolver os principais pontos de discórdia, que são o status de Jerusalém e o destino de refugiados palestinos e de assentamentos judeus.
Mais recentemente, a eleição do Hamas - grupo terrorista e partido político cuja carta de fundação prevê a destruição do Estado de Israel - em janeiro de 2006 para liderar o Conselho Legislativo Palestino congelou as relações entre Israel e a Autoridade Nacional Palestina.
O Estado de Israel, que abriga mais de 7 milhões de pessoas, é um dos países mais desenvolvidos do Oriente Médio, a começar por sua economia: o país é líder de exportação de diamantes, equipamentos de alta tecnologia, e alimentos, como frutas e vegetais.
Além de todo esse desenvolvimento, a economia israelense conta com a ajuda dos Estados Unidos, que provê vários empréstimos ao país. A economia desenvolvida, porém, não alivia o peso de um dos países mais controversos do mundo.
Enquanto Israel depende da importação de petróleo, os países vizinhos são ricos neste recurso, o que financia e gera muitos dos conflitos locais. A OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) inclui entre seus membros seis nações da região: Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kuwait, Emirados Árabes Unidos e Qatar.
Desde sua criação, após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), Israel e todo o Oriente Médio vêm sendo sacudidos por guerras e confrontos entre judeus e árabes, que não concordam com a divisão territorial das antigas terras palestinas.
A Autoridade Nacional Palestina (ANP) surgiu como resultado dos Acordos de Oslo, assinados em setembro de 1993 entre Israel e a Organização para a Libertação da Palestina. Nos termos estabelecidos no acordo, a ANP deveria existir até maio de 1999. No final deste período, o estatuto final dos territórios da faixa de Gaza e da Cisjordânia, ocupados por Israel após a vitória na Guerra dos Seis Dias, de 1967, já deveria estar resolvido.
Em janeiro de 1996, foram realizadas as primeiras eleições para a presidência da ANP e para o Conselho Legislativo da Palestina. Yasser Arafat foi eleito presidente com 87,1% dos votos, ocupando o cargo até à sua morte em Dezembro de 2004. O seu partido, a Fatah, ganhou 55 dos 88 lugares do Conselho. O cargo de primeiro-ministro da ANP foi criado em 2003 pelo Conselho Legislativo da Palestina - por sugestão dos Estados Unidos -, tendo sido Mahmoud Abbas [eleito presidente da ANP em janeiro de 2005] o primeiro a ocupar o cargo.
Em janeiro de 2006, o Hamas - grupo considerado terrorista por Israel, pelos EUA e pela UE -, venceu as eleições parlamentares e formou governo com Ismail Haniyeh como primeiro-ministro. A vitória do Hamas acirrou as tensões, já que o grupo não aceita a existência de Israel, e prega a destruição do Estado em sua carta de fundação, de 1988.
Mas Israel e a Autoridade Nacional Palestina (ANP) não estão sozinhos ao protagonizar disputas na região. Marcados por diferenças religiosas, culturais e políticas, os Estados árabes e persa (Irã) que integram a região vivem inúmeros conflitos alimentados pela jogo de influências da comunidade internacional. A última guerra no Líbano (entre julho e agosto de 2006), o conflito no Iraque, o aumento da tensão entre o Irã e os Estados Unidos, a luta no Afeganistão entre as forças internacionais e o grupo radical islâmico Talibã [grupo extremista islâmico deposto por uma coalizão liderada pelos EUA no final de 2001, que controlava mais de 90% do Afeganistão] são exemplos. Geograficamente, o Oriente Médio se situa ao redor das costas sul e leste do mar Mediterrâneo. Em várias definições, a região se estende desde o Marrocos até a península Arábica e o Irã, mas não há um significado oficial para o termo. De forma geral, Oriente Médio assumiu seu sentido atual quando este nome foi dado ao Exército britânico que comandava no Egito durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
À época, a região conhecida como Oriente Médio englobava Turquia, Chipre, Síria, Líbano, Iraque, Irã, territórios palestinos (onde hoje se encontra o Estado de Israel), Jordânia, Egito, Sudão, Líbia e os vários Estados árabes (Arábia Saudita, Kuwait, Iêmen, Omã, Bahrein, Qatar e Emirados Árabes Unidos). Informalmente, vários outros países são hoje incluídos no termo. Os três países do norte da África - Tunísia, Argélia e Marrocos -, sendo próximos aos Estados Árabes com relação à política externa e religião, podem ser incluídos na definição. Além disso, fatores geográficos e culturais costumam associar também o Afeganistão e o Paquistão ao Oriente Médio.
Conflito Israel X Palestina - Faixa de Gaza e Cisjordânia
O conflito Israel - Palestino envolve a disputa dos dois povos pelo direito à soberania e pela posse da terra ocupada por Israel e pelos territórios palestinos.
O impasse teve início no século XIX, quando judeus sionistas expressaram o desejo de criar um Estado moderno em sua terra ancestral e começaram a criar assentamentos na região, na época controlada pelo Império Otomano. Desde então, houve muita violência e controvérsia em torno da questão, assim como vários processos de negociações de paz durante o século XX e ainda estão em andamento.
Tanto israelenses quanto palestinos reivindicam sua parte da terra com base na história, na religião e na cultura. Os israelenses, representados pelo Estado de Israel, têm soberania sobre grande parte do território, que foi conquistado após a derrota dos árabes em duas guerras - o conflito árabe-israelense de 1948 e a Guerra dos Seis Dias, de 1967.
Os palestinos, representados pela Autoridade Nacional Palestina (ANP), querem assumir o controle de parte dos territórios e estabelecer um Estado Palestino soberano e independente.
Grande parte dos palestinos aceitam as regiões da Cisjordânia e da faixa de Gaza como território para um futuro Estado palestino. Muitos israelenses também aceitam essa solução. Uma discussão em torno dessa solução ocorreu durante os Acordos de Oslo, assinados em setembro de 1993 entre Israel e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), que permitiu a formação da ANP. No entanto, Israel e ANP não chegaram a uma posição comum.
Apesar de vários outros acordos e planos de paz, como os de Camp David e das negociações do chamado Quarteto para o Oriente Médio (Estados Unidos, União Européia, Rússia e ONU), a situação ainda se vê hoje num impasse.
Atualmente, as negociações esbarram na questão do governo palestino, que, liderado pelo movimento radical islâmico Hamas (que assim como o moderado Fatah possui braços armado e político) não reconhece o direito de existência de Israel. Após a vitória do Hamas (considerado pelos EUA e por Israel como um grupo terrorista) em 2006, a comunidade internacional iniciou um bloqueio financeiro à ANP que gera uma grave crise nos territórios palestinos.
Conflito Hamas X Fatah

O recente acordo entre o Hamas e o Fatah para a formação de um governo de coalizão ainda não permitiu o retorno de negociações que incluam os palestinos no processo de paz. O impasse é devido, principalmente, à resistência do Hamas em reconhecer Israel e à resistência da comunidade internacional em reconhecer a legitimidade do movimento islâmico como representante dos palestinos.
 Faixa de Gaza
População: 1.428.757
Área: 360 quilômetros quadrados
Idioma: hebraico, árabe, inglês
Moeda: shekel novo
Religião: muçulmanos [maioria sunita] (98,7%), cristãos (0,7%), judeus (0,6%)
PIB (total de riquezas produzidas): US$ 5,327 bilhões (2005)
Renda "per capita" anual: US$ 1.500 (2003)
Cisjordânia
População: 2.460.492 (além de 187.000 colonos judeus na Cisjordânia e menos de 177.000 no leste de Jerusalém, em 2004)
Área: 5.860 quilômetros quadrados
Idioma: hebraico, árabe, inglês
Moeda: shekel novo, dinar jordaniano
Religião: muçulmanos (maioria sunita) 75 %, judeus 17%, cristãos 8%
PIB (total de riquezas produzidas): US$ 5,327 bilhões (2005)
Renda "per capita" anual: US$ 1.500 (2005)
Cronologia do conflito
1917 - Declaração do Reino Unido
O Reino Unido divulga a Declaração de Balfour, que concede aos judeus direitos políticos como nação, e foi vista pelo povo judeu como uma promessa para a formação de um Estado Judeu nos territórios palestinos.
1947 - Plano de partilha da ONU
Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprova plano para partilha da Palestina, ou seja, a criação de Israel e de um Estado palestino. Até então, a região era uma colônia britânica. A partilha é rejeitada por árabes e palestinos, que prometem lutar contra a formação do Estado judaico.
1949 - Expansão das fronteiras
Em 1949 Israel vence guerra árabe-israelense e expande fronteiras. Cisjordânia e Jerusalém Oriental ficam com a Jordânia; Gaza, com o Egito.
Vários outros conflitos armados ocorreram entre o Estado de Israel e os árabes e palestinos tendo como foco Israel e seu território. No que concerne à conquista de terras, é importante destacar também a Guerra dos Seis Dias, em 1967, quando Israel conquista o deserto do Sinai, a faixa de Gaza (Egito), a Cisjordânia, Jerusalém Oriental (Jordânia) e as colinas do Golã (Síria).
Em 1982, seguindo um acordo entre Israel e o Egito alcançado três anos antes, os israelenses se retiram do Sinai.
1987 – Intifada
Entre 1987 e 1993, os palestinos empreenderam uma revolta popular contra Israel que ficou conhecida como Intifada. Marcada pelo uso de armas simples, como paus e pedras lançadas pelos palestinos contra os israelenses, a Intifada incluiu também uma série de atentados graves contra judeus.
1993 - Acordos de Oslo
Em 1993, na Noruega, Israel se compromete a devolver os territórios ocupados em 1967 em troca de um acordo de paz definitivo. Israel deixa boa parte dos centros urbanos palestinos em Gaza e Cisjordânia, dando autonomia aos palestinos, mas mantém encraves. O prazo é adiado devido a impasses sobre Jerusalém, o retorno de refugiados palestinos, os assentamentos judaicos e atentados terroristas palestinos.
1998 - Processo de paz
Após acordos de paz entre israelenses e palestinos, como o de Oslo (93) e o de Wye Plantation (98), Israel entregou porções de terra aos palestinos.
2000 - Camp David
Em julho de 2000, em Camp David (EUA), Israel ofereceu soberania aos palestinos em certas áreas de Jerusalém Oriental e a retirada de quase todas as áreas ocupadas, mas Yasser Arafat, morto em 11 de novembro de 2004, após ficar internado durante 14 dias em um hospital militar na França, exigiu soberania plena nos locais sagrados de Jerusalém e a volta dos refugiados. Israel recusou.
2000 - Segunda Intifada
O segundo levante popular palestino contra Israel que teve início em setembro de 2000 ficou conhecido como segunda Intifada, e começou quando o então premiê de Israel, Ariel Sharon, visitou a Esplanada das Mesquitas, local mais sagrado de Jerusalém para palestinos e judeus (que o chamam de Monte do Templo).
2002 - Muro de proteção
Israel começa a erguer uma barreira para se separar das áreas palestinas com o objetivo de impedir a entrada de terroristas. Palestinos afirmam que a construção do muro é uma anexação de território. A construção inclui série de muros de concreto, trincheiras fundas e cercas duplas equipadas com sensores eletrônicos.
2002 – Quarteto
Em outubro de 2002, um enviado dos EUA apresenta pela primeira vez um esboço do plano de paz internacional elaborado pelo Quarteto, EUA, Rússia, União Européia e ONU. O novo plano segue as linhas traçadas pelo presidente dos EUA, George W. Bush. Prevê o fim da violência, seguido por reformas políticas e nos serviços de segurança palestinos e a retirada de Israel de territórios ocupados.
Forças israelenses cercam Arafat na Muqata (QG do líder) em meio a uma ampla ofensiva lançada após uma onda de ataques terroristas em Israel. Arafat fica proibido por Israel de deixar a Muqata. Fica confinado até antes de sua morte, em novembro de 2004.
2003 - Plano de Paz Internacional
O plano é oficializado em 2003. Seu texto propõe um cessar-fogo bilateral, a retirada israelense das cidades palestinas e a criação de um Estado palestino provisório em partes da Cisjordânia e da faixa de Gaza. Em uma última fase, seria negociado o futuro de Jerusalém, os assentamentos judaicos, o destino dos refugiados palestinos e as fronteiras. Não é mencionado no texto a exigência do governo israelense de que o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Yasser Arafat, morto em 11 de novembro de 2004, seja removido do cargo. Apenas diz que os palestinos precisam de uma liderança que atue duramente contra o terror.
2003 - Mahmoud Abbas
Em maio, assume o cargo de premiê palestino o moderado Mahmoud Abbas, indicado por Yasser Arafat após ampla pressão internacional. Abbas renuncia cerca de quatro meses depois após divergências com Arafat em relação ao controle da segurança palestina.
2004 - Morte de Arafat
Em novembro, morre o líder da Organização pela Libertação da Palestina, Yasser Arafat.
2005 – Eleição
Em janeiro, Mahmoud Abbas vence as eleições e se torna o novo presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP). Um ano depois, a frustração com seu partido, o Fatah, acusado de corrupção, colabora para a vitória do movimento rival Hamas nas eleições parlamentares palestinas, levando o islâmico Ismail Haniyeh ao posto de premiê.
A vitória do Hamas levou a comunidade internacional - liderada pelos EUA e por Israel - a empreenderem um boicote financeiro à ANP, detonando crises internas e episódios de violência.
2005 - Plano de retirada
Lançado pelo premiê israelense, o plano unilateral de Sharon - que alega ter tomado essa iniciativa por não contar com interlocutores confiáveis no lado palestino - visa retirar de Gaza e parte da Cisjordânia, 25 assentamentos judaicos e suas forças militares. Convive hoje no território 1,3 milhão de palestinos e cerca de 8.500 judeus. Facções contrárias à retirada adotam o discurso de não desistir de nenhum centímetro de terra.
2006 - Afastamento de Sharon
Em janeiro, o então premiê israelense Ariel Sharon sofre um derrame cerebral e entra em coma. Ele é substituído interinamente pelo atual premiê, Ehud Olmert. Em março, eleições israelenses dão a vitória ao partido Kadima (centro), de Olmert, e após formar uma coalizão o líder é confirmado no posto de premiê israelense.
2007 - Governo de coalizão palestino
Após meses de negociações, os partidos palestinos rivais Fatah (do presidente da ANP, Mahmoud Abbas) e Hamas (do premiê palestino, Ismail Haniyeh) concordam com a criação de um novo gabinete com poder compartilhado. O acordo foi fechado em Meca (Arábia Saudita) em uma reunião com Abbas, Haniyeh e o líder político do Hamas na Síria, Khaled Meshaal, no dia 8 de fevereiro. A negociação foi marcada pela violência interna que custou a vida de dezenas de palestinos entre dezembro e fevereiro. Apesar da comunidade internacional - incluindo Israel - ter pressionado pela realização do acordo entre os dois movimentos, Israel não tem a intenção de tratar com o novo governo palestino.
O Hamas continua a não aceitar de forma direta ou indireta o reconhecimento de Israel, os acordos firmados e a renúncia à violência, informou um comunicado do Ministério de Relações Exteriores de Israel. Esses três pontos são as exigências da comunidade internacional para o fim do bloqueio financeiro à ANP.
2008 - Intervenção dos EUA
Em janeiro, representantes de Israel e da ANP reúnem-se para recomeçar as negociações sobre o futuro de Jerusalém, os assentamentos, os refugiados palestinos, as fronteiras, a segurança e os recursos hídricos. É a primeira vez que os assuntos são tratados desde Cúpula de Taba, em janeiro de 2001. As conversas de paz, como muitas tentativas anteriores, não amenizam o clima de guerra entre palestinos e israelenses e os jornais noticiam frequentemente ataques violentos das duas partes.
Em 13 de março, o Jihad Islâmico (grupo extremista palestino) em Gaza disparar mais de uma dúzia de foguetes contra o sul de Israel após forças secretas israelenses terem matado um de seus líderes em um ataque ocorrido na véspera na Cisjordânia. No dia seguinte, um enviado especial dos Estados Unidos chega ao país para tentar mediar conversações de paz, mas Israel nega cessar-fogo.
Em abril, o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, reitera no Egito seu desejo de que o conflito palestino-israelense seja resolvido antes do final deste ano. "Pedimos a todas as partes (envolvidas no processo de paz) que empreguem o esforço máximo para alcançar um acordo antes do final do ano. Queremos conseguir uma solução antes do fim de 2008", afirmou à época.
Além disso, pediu ao presidente americano, George W. Bush, "que trabalhe para que (Israel) cesse a construção de assentamentos judaicos, com o objetivo de chegar a um tratado que garanta a recuperação das fronteiras anteriores a 1967."
Poucos dias depois, ele se reúne com o primeiro-ministro, Ehud Olmert, para discutir detalhes da visita de Abbas aos Estados Unidos e do presidente George W. Bush a Israel. A idéia seria encerrar o conflito que opõe os povos antes do fim do mandato de Bush, em janeiro de 2009.
Para isso, Bush veio a Israel nesta quarta-feira, 14 de maio, data do aniversário de 60 anos de Israel. Em conversas com Olmert e com o presidente israelense Shimon Peres, o presidente norte-americano reiterou os seus desejos de mediar um acordo de paz e, se possível, alcançar avanços significativos durante sua breve visita ao país.
2009 – Continua o confronto
Em 3 de Janeiro de 2009, tropas israelitas entraram em Gaza marcando o início de uma ofensiva terrestre.
O conflito já matou mais de 600 palestinos, na sua maioria civis, entre os quais, um terço é formado por crianças. No mundo inteiro, mais de 20 países já fizeram protestos contra os ataques e a comunidade internacional anda com maus olhos contra os israelenses devido a desproporção de armamentos entre os dois lados. A Cruz Vermelha acusa Israel de impedir a entrada de ajuda humanitária, a ONU também acusa o país de bombardear seus prédios, incluindo escolas, onde várias crianças foram mortas. Reações mais inflamadas percorrem o mundo em oposição a Israel, como a expulsão do embaixador israelense em Caracas, na Venezuela, e a acusação de nazismo em nota divulgada pelo PT, cuja crítica foi rebatida prontamente pelo ministro de Assuntos Sociais de Israel, Isaac Herzog, declarando que o PT desconhece a história.
Se a declaração é infundada ou não, o fato é que Israel usa insistentemente o argumento do desconhecimento histórico a seu favor para justificar as iniciativas e domínio bélicos na região, devidamente respaldados por ajuda internacional, principalmente, norte-americana. No entanto, o que salta aos olhos do mundo não requer doutorado em história para compreender que se trata de um conflito exagerado e desproporcional quando um lado conta com a força humana de indivíduos dispostos a se matar, em nome do fanatismo religioso, munidos de foguetes velhos e armas comuns, contra uma nação superpoderosa que não poupa os armamentos de última geração contra alvos civis. Se Israel é vítima histórica ou não, a mesma história decidirá num futuro próximo.
2010 – Novos impasses
Em 2010, a tensão voltou a subir. O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, decretou a construção de 1.600 novas casas para judeus no setor oriental de Jerusalém, reivindicado pelos palestinos como sua capital. O anúncio causou oposição até de aliados ocidentais de Israel, como os EUA.
A Autoridade Palestina considera a ocupação judaica na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental o maior impedimento para a paz.
2011 – antigas fronteiras
Em um longo discurso na Casa Branca sobre a política norte-americana para os países árabes em 19 de maio de 2011, o presidente Barack Obama pediu que israelenses e palestinos fizessem concessões para a criação de um Estado Palestino, nas fronteiras anteriores a 1967 e desmilitarizado.
Poucos dias depois, em visita aos EUA, o premiê israelense Benjamin Netanyahu afirmou diante do Congresso americano que Israel se dispõe a fazer "concessões dolorosas", inclusive de terras, para atingir a paz na região, mas que uma volta às fronteiras de 1967 é "indefensável" e também que a capital, Jerusalém, não deve ser dividida.
Antes da assembleia da ONU, em agosto de 2011, Israel dá a aprovação final para a construção das 1.600 moradias israelenses em Jerusalém Oriental, decretada no ano anterior. O ato dificulta os esforços liderados pelos EUA em dissuadir os palestinos de buscar o reconhecimento na ONU da nação como um Estado.
No início de setembro, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, reitera o apoio que já havia declarado à criação do Estado Palestino. O início da assembleia da ONU está marcado para 20 de setembro.

Fontes:
http://www1.folha.uol.com.br
http://g1.globo.com


ORIENTE MÉDIO

 ORIENTE MÉDIO
O controle das principais bacias hidrográficas da região do Oriente Médio pode gerar novos conflitos.
A bacia do rio Jordão abrange áreas do Líbano, Síria, Jordânia e Israel. As principais nascentes do Jordão estão nas colinas de Golã, pertencentes à Síria, e na Cisjordânia, pertencente aos palestinos, mas que foram anexadas por Israel após a Guerra de 1967. Atualmente, Israel domina o alto e baixo curso do Jordão irrigando plantações do deserto de Neguev, abastecendo colonos de assentamentos na Cisjordânia e o consumo rural e urbano.
O Negev ocupa cerca de 60% do território de Israel. Está situado no Sul de Israel e a sua maior cidade é Berseba. A população do Negev é composta de maioria judaica e uma minoria de beduínos nômades. É neste deserto que se localiza o Centro de Pesquisas Nucleares de Negev.
Vital para Israel, a água do rio Jordão é um dos principais obstáculos para a devolução das colinas de Golã aos sírios e da Cisjordânia aos palestinos. Dessa forma, os conflitos árabe-israelense e palestino-israelense, têm relações diretas com a água. O rio Jordão é um rio precário, a fim de compensar esse déficit, os israelenses têm extraído água dos lençóis freáticos, o que pode resultar no desaparecimento do rio, transformando a Jordânia num imenso deserto, agravando a instabilidade política do Oriente Médio.
As Colinas de Golã são um planalto estratégico e uma região montanhosa situada no extremo sul das Montanhas Antilíbano, entre Israel, Líbano, Jordânia e Síria. Geograficamente, as colinas são limitadas a oeste por uma escarpa de rocha que desce 500 m até o Mar da Galiléia, em Israel, e o Rio Jordão, que forma a fronteira natural entre Israel, Jordânia e a Cisjordânia; ao sul, pelo Rio Jarmuque, na Jordânia; ao norte, pela fronteira internacional com o Líbano, e a leste, pelo planalto de Hauran, no sudoeste da Síria. Israel capturou as Colinas de Golã à Síria, durante a Guerra dos Seis Dias (1967), e defendeu seu controle sobre o território em 1973, durante a Guerra do Yom Kippur, embora, posteriormente, uma parte das colinas tenha retornado à Síria. Nos anos 1970, novos assentamentos judeus foram estabelecidos na área ocupada. Durante as guerras de 1967 e 1973, a maioria dos habitantes sírios de Golã, cerca de 150.000 pessoas, fugiu. A partir de 1967, milhares de colonos judeus se instalaram nas colinas. Em 2002, havia cerca de 20.000 deles, distribuídos em 18 colônias essencialmente agrícolas. A Síria continua a reivindicar o território.
GUERRA DO YOM KIPPUR: aconteceu em 1973 e envolveu o Egito e a Síria contra Israel. Como os judeus mantiveram as áreas ocupadas em 1967, Síria e Egito fizeram um ataque surpresa a Israel durante o feriado judeu de Yom Kippur, o dia do perdão. Os israelenses responderam violentamente à ofensiva, mas os egípcios chegaram a penetrar 15 quilômetros em território judeu. Damasco, na Síria, foi bombardeada e as tropas egípcias no Sinai foram isoladas. O conflito armado terminou em impasse e os israelenses não alteraram o território conquistado nas guerras anteriores. Sob a interferência dos Estados Unidos, da União Soviética e da ONU, foram feitos acordos de cessar-fogo em 1973, 1974 e 1975. Em 1973, a Questão Palestina ganhou destaque internacional após a Guerra do Yom Kippur e o petróleo começou a ser usado como arma pelos Estados árabes quando a OPEP boicotou o fornecimento aos países que apoiavam Israel. O aumento dos preços, detonado pela guerra, gerou uma crise mundial que derrubou bolsas de valores de todo o mundo e causou uma inflação em vários países. Ao mesmo tempo, Arafat começou um trabalho diplomático, conseguindo com que a OLP fosse reconhecida como legítima representante do povo palestino e admitida na ONU como membro observador. Como Arafat insistia em negociar uma solução para a Questão Palestina, houve uma dissidência dentro da Organização para a Libertação da Palestina e, em maio de 1983, as forças leais a Arafat começaram a enfrentar rebeldes chefiados por Abu Mussa. Arafat, por sua vez, firmou novas alianças com o presidente do Egito, Hosni Mubarak, e com o Rei Hussein, da Jordânia, e se reelegeu presidente da OLP no ano seguinte. Em 1985, Yasser e Hussein fizeram uma oferta de paz a Israel, em troca de sua retirada dos territórios ocupados. Os judeus, além de rejeitarem a proposta, mantiveram o exército naquelas regiões. Em 1987 explodiu uma rebelião popular em Gaza, cujo estopim foi o atropelamento e morte de quatro palestinos por um caminhão do exército israelense. Adolescentes, munidos de paus e pedras, enfrentaram, nas ruas, os soldados israelenses e o levante se alastrou. A repressão israelense foi brutal. Os soldados combatiam os paus e pedras com bombas de gás, tanques e balas de borracha. Os resultados da Intifada foram vários espancamentos, detenções em massa e deportações. A ação judaica foi condenada pelo Conselho de Segurança da ONU, o que influenciou a opinião pública mundial a favor da OLP. Como resultado da Intifada, as facções da OLP se uniram na intenção de criar um Estado palestino e, em novembro de 1988, o Conselho Nacional Palestino proclamou o Estado Independente da Palestina que ainda se configurou de fato.
GUERRA DOS SEIS DIAS: confrontou Israel e os seguintes países árabes: Egito, Jordânia e Síria, com o apoio do IraqueKuwait, Arábia Saudita, Sudão e Argélia. A guerra pelo controle do Canal de Suez tinha deixado uma situação onde outra guerra poderia acontecer a qualquer momento. Israel, que tinha ocupado a península do Sinai (Egito), concordou em retirar suas tropas desde que o Egito deixasse de apoiar as ações da guerrilha que partiam daquela região. Em lugar das tropas de Israel a ONU ficou administrando a península do Sinai. No entanto o governo egípcio, apoiado pela URSS, continuou ajudando as diferentes facções guerrilheiras que atacavam o estado hebreu. Em maio daquele ano, tanto árabes como israelenses já estavam mobilizando suas tropas. O Egito bloqueou o golfo de Aqaba, rota vital para a navegação de Israel, ato considerado pelo governo israelense como uma agressão. As hostilidades começaram no dia 5 de junho com um massivo ataque preventivo por parte de Israel que destruiu a capacidade aérea dos países árabes, em três horas a aviação de Israel destruiu a maior parte do arsenal aéreo do Egito, 319 aviões que nem chegaram a decolar. Isto aconteceu depois do estado israelense ter verificado com seus radares a movimentação de tanques e aviões movendo-se em direção à fronteira entre ambos os países. As perdas israelenses somaram apenas 19 aviões. Assim, as tropas israelenses avançaram por terra rapidamente, ocuparam a Faixa de Gaza e chegaram ao Sinai. Os israelenses avançaram em direção à Síria, ou seja, romperam as defesas árabes tanto pelo sul como pelo norte e, na Faixa de Gaza, as tropas de Israel fizeram cessar o esforço militar que unia egípcios e palestinos. No mesmo dia a Jordânia entra na guerra. Os aviões jordanianos começaram a bombardear as cidades israelenses, especialmente Jerusalém. A reação hebraica foi imediata e contundente: começaram a tomar posições jordanianas perto de Belém e ao sul de Ramallah e bombardearam Amman e Mafraq. Quando, no dia 10 de junho, os combates cessaram, Israel controlava a totalidade da península do Sinai, a Faixa de Gaza, Cisjordânia (com a totalidade da cidade de Jerusalém) e as estratégicas colinas de Golã, na Síria. Desta forma, Israel tinha conquistado um território quatro vezes maior que o seu em 1.949, e albergava em suas novas fronteiras uma população árabe de 1,5 milhões.
As bacias dos rios Tigres e Eufrates, também são muito importantes para os habitantes do Oriente Médio. Elas abrangem áreas da Turquia, Síria e Iraque. A Turquia detém o controle das nascentes e dos altos vales de ambos os rios, e tem criado conflitos com seus vizinhos devido ao Projeto da Grande Anatólia.
A água é um problema crucial para o Iraque, pois a Turquia controla o Tigre e o Eufrates. Quando a barragem de Atatürk foi construída, em 1990, a Síria e o Iraque perderam água. Além disso, o Iraque enfrenta o problema de deterioração da qualidade de sua água, devido ao uso intensivo de pesticidas e fertilizantes necessários ao desenvolvimento agrícola do Sudeste da Anatólia.
O Projeto da Grande Anatólia consiste no represamento a montante do Eufrates, de imensas quantidades de água, diminuindo a vazão natural rio abaixo. Obviamente o plano foi percebido pela Síria e pelo Iraque como uma ameaça aos seus interesses estratégicos, visto que sua implantação diminuirá o suprimento de água a jusante das obras.
Esse empreendimento, iniciado da década de 1980, visa transformar o sudeste turco num pólo agrícola e de produção energética. Para atingir esses objetivos, ocorre a construção de barragens de hidrelétricas ao longo dos cursos do Eufrates e do Tigre. Tais obras estão diminuindo significativamente o fluxo de água dos dois rios, desagradando iraquianos e sírios.
O agravante do Projeto da Grande Anatólia é que ele está sendo desenvolvido em território curdo. Os curdos somam aproximadamente 25 milhões de pessoas que se espalham por Turquia, Iraque, Irã, Síria e Armênia. Não tem um Estado, mas há tempos clamam por ele. Se o Curdistão vier a se constituir, ele seria o único, em todo o Oriente Médio, a possuir abundância em petróleo e água. No Curdistão iraquiano localizam-se jazidas de petróleo de grande importância para o Iraque; já na região turca, estão as nascentes e parte dos altos vales do Tigre e do Eufrates. Por isso, o Projeto de construção de um Estado curdo esbarra principalmente na oposição dos governos da Turquia e do Iraque. Já ocorreram violentos episódios de repressão contra a população curda: em 1988, por exemplo, no fim da guerra Iraque - Irã, o governo iraquiano liderado por Saddam Hussein, utilizou gases químicos contra o vilarejo de Halabja; isso provocou muitas mortes e a fuga de aproximadamente 100 mil curdos da região para a Turquia.
Os 15 países do Oriente Médio ocupam a área total de aproximadamente de 6 milhões km2 . Enquanto a Arábia Saudita, o Irã e a Turquia abrangem quase 70% dessa superfície, países como Bahrein, Qatar e Kuwait, possuem territórios tão pequenos que chega ser difícil encontrá-los no mapa. Os contrastes populacionais também são gritantes. Aproximadamente metade dos cerca dos 260 milhões de habitantes do Oriente Médio vive no Irã e na Turquia. Bahrein e Qatar, por sua vez, somam população inferior a 1,5 milhão de habitantes.
Quanto à economia, a presença ou não de petróleo contribui para as disparidades entre os países. O Oriente Médio concentra cerca de 60% das reservas mundiais de petróleo, mas esse recurso energético é abundante apenas nas áreas que circundam o Golfo Pérsico. Dessa forma, a Arábia Saudita, Bahrein, Qatar, Kuwait e Emirados Árabes Unidos, enriqueceram-se à custa de exploração do petróleo e ostentam algumas das maiores rendas per capita da região. A distribuição de riqueza, no entanto, é desigual, ficando concentradas nas mãos das famílias reais e dos seus aliados na alta sociedade.
As perspectivas de esgotamento de algumas reservas de petróleo ao longo do séc. XXI, aliadas às fortes oscilações do preço do barril, tem levado governos da região a investir na ampliação e na diversificação do parque produtivo, visando diminuir a dependência com relação ao petróleo. O Bahrein, por exemplo, já é um centro financeiro internacional e conta indústrias de ponta, como a de satélites de comunicação. O canal de TV Al Jazeera foi criado com o apoio financeiro do governo tendo como modelo a BBC.
A diversificação da economia foi impulsionada em países que não puderam apoiar-se na renda fácil obtida com o petróleo. É o caso da Turquia e de Israel, este o Estado mais desenvolvido da região com a ajuda financeira dos EUA e uma população de elevado nível educacional, introduziu uma agricultura sofisticada nas terras áridas do território e implantou um parque industrial de alta tecnologia. Por sua vez, países como Iêmen e Afeganistão figuram na lista das nações mais pobres do mundo.
O Iraque é um país multiétnico (xiitas, sunitas e curdos) e com grandes tensões internas.
Xiitas e sunitas: partindo de uma noção de viés religioso, os sunitas adotam a Suna – livro que conta a trajetória do profeta Maomé – como referencial na resolução das questões não muito bem esclarecidas pelo Alcorão. Seguindo tal livro sagrado, os sunitas somente reconhecem a ascensão dos líderes religiosos que fossem diretamente escolhidos pela população islâmica. Ao todo, os sunitas representam cerca de 80% da comunidade islâmica espalhada pelo mundo.
Tomando outras justificativas, o grupo xiita prefere uma interpretação mais rígida do Alcorão e não reconhece os conselhos e exemplos provenientes de qualquer outro livro. De acordo com os xiitas, o mundo islâmico deve ser politicamente controlado por membros diretos da família do profeta Maomé. A justificativa apresentada para tal opção se baseia na crença de que somente os descendentes da casa de Maomé teriam a sabedoria necessária para conduzir os fiéis.
Apesar das divergências políticas apresentadas, os árabes muçulmanos conseguiram propagar a sua crença para diversas civilizações espalhadas pelo mundo. Segundo indica algumas pesquisas, o islamismo é uma das religiões que mais crescem ao redor do mundo. Atualmente, o grupo político xiita é comumente associado aos pequenos grupos terroristas que mancham a reputação do mundo árabe. Contudo, tais alas radicais não refletem as posições políticas e religiosas de grande parte da comunidade muçulmana.
Curdos: a maior etnia sem pátria da atualidade, sempre habitaram a região que ocupam hoje. Eles são uma etnia nativa das áreas montanhosas ao norte do Iraque e ao sul da Turquia. Essa região, com cerca de 500 mil km2, que atualmente configura o Curdistão, fica em sua maior parte na Turquia, ocupando ainda partes de Iraque, Irã, Síria, Armênia e Azerbaijão. Como a área não é reconhecida como independente, os cerca de 25 a 27 milhões de curdos vivem hoje espalhados por essas seis nações, sem um núcleo oficial. Em sua maioria, são muçulmanos sunitas, e a língua oficial é o curdo. A história desse povo começa há cerca de 8 mil anos, na região da antiga Mesopotâmia, onde fica hoje parte de Iraque, Turquia e Síria. Sempre habitando as regiões montanhosas e acostumados ao frio intenso que acompanha a altitude, os curdos da Antigüidade se dividiam em clãs e viviam em cidades-estado. Com o passar dos séculos, outros povos indo-europeus – como os medas (cujo império, há 2,6 mil anos, englobava boa parte do que hoje é o Curdistão), cíntios, partos, mitanis, cassitas, hititas e guttis, entre outros – se fixaram na região. Os curdos são, portanto, o produto da miscigenação de todos os povos invasores ou migrantes para a região, incluindo assírios, acádios, armênios, persas, gregos, romanos, bizantinos, árabes, mongóis e turcos. Da Antigüidade ao século XX, a mistura de cultura e a falta de unidade e de um país levaram os curdos a intermináveis batalhas, guerras civis e levantes. Após as revoltas na época da independência do Iraque, na década de 1930, eles tentariam criar seu estado próprio ao fim da II Guerra Mundial. Quando terminou o conflito, as terras curdas no Azerbaijão foram ocupadas por forças soviéticas. Em 1946, os curdos criaram um estado independente na cidade de Mahabad, conhecido como República de Mahabad. Menos de um ano depois, porém, quando os soviéticos partiram, a república viu seu fim com a reanexação da região pelo Irã. Durante os primeiros anos do regime imposto pelo partido Baath, que assumiu o poder no Iraque em 1968, os curdos viveram em relativa paz. O cenário mudou radicalmente a partir de 1971, quando começaram a entrar em vigor as primeiras medidas de uma campanha anticurda, oficializada em 1986 sob o nome de Anfal, no governo de Saddam Hussein, e que só terminou em 1989. O objetivo era eliminar as aspirações de criar uma nação independente ou mesmo de se organizar como uma etnia de cultura e linguagem próprias. Os curdos sofreram todo tipo de violência no período. De alvos de armas químicas a destruição de cidades e vilas. Em novembro de 1987, cerca de 600 curdos presos foram mortos pelos iraquianos com o tálio, um metal pesado utilizado em veneno para ratos. Em junho de 1989, mais 2 mil curdos foram envenenados da mesma maneira em Mardim e, em janeiro de 1990, outros 400 morreram na cidade de Diyarbakir. A repressão aos curdos não foi restrita apenas ao Iraque. Até 1991, eles estavam proibidos de falar o curdo na Turquia. Ali, atualmente, programas de rádio ou TV no idioma são vetados, assim como o aprendizado da língua nas escolas. No Irã e na Síria, o quadro é similar. Na Síria, muitos não conseguem tirar passaporte, votar, registrar seus filhos com nomes curdos, comprar terras ou se casar com sírios.
Entre 15 e 19 de março de 1988, durante a campanha Anfal e em meio à guerra entre Irã e Iraque, os curdos sofreram um dos piores ataques a sua etnia. Em represália às forças iranianas, que haviam fornecido suporte militar aos rebeldes curdos, o Iraque lançou um ataque de armas químicas à cidade curda de Halabja (a cerca de 240 km de Bagdá, no Iraque), na época com cerca de 80 mil habitantes. Liderado por Ali Hassan Al-Majid – mais conhecido como Ali Químico, integrante do governo de Saddam Hussein –, o ataque usou o gás sarin (que ataca o sistema nervoso) e o gás mostarda (que abre feridas quando em contato com a pele). Não há registros precisos sobre as baixas, estimadas em 10 mil.
 Já nos anos 1990, enquanto levantes promovidos por guerrilheiros rebeldes da PKK (O Partido dos Trabalhadores do Curdistão é uma organização Curda, que desde 1984 vem se engajando em uma luta armada contra o estado turco, por um Curdistão autônomo e mais direitos culturais e políticos para os curdos na Turquia.  A ideologia do PKK foi originalmente uma fusão do socialismo revolucionário e do nacionalismo curdo. O PKK é listado como uma organização terrorista internacional por um número de estados e organizações, incluindo os Estados Unidos. A Turquia tem rotulado a organização como uma organização étnica separatista, que usa o terrorismo e a ameaça da força contra civis e alvos militares, com a finalidade de alcançar os seus objetivos políticos) levavam a Turquia a um estado de guerra civil, os curdos ganharam a proteção dos Estados Unidos no Iraque. Sob o comando de George Bush, o pai, os EUA e as forças aliadas que lutaram contra o Iraque na Guerra do Golfo, em 1990 e 1991, apoiaram uma série de rebeliões e revoltas curdas. Isso estabeleceu uma área segura para a etnia no Iraque com um governo próprio. A questão curda, porém, só ganhou destaque no mundo em 2003, com a invasão do Iraque pelos EUA governado por George W. Bush, o filho. Apesar da oposição ferrenha da Turquia, que negou apoio à independência curda, a delegação da etnia no Comitê Constitucional conseguiu que as províncias curdas se reunissem numa região autônoma, com suas próprias forças armadas, taxas e leis, tornando o curdo a língua nacional, juntamente com o árabe. Os turcos chegaram a negar a abrir caminho para os americanos e seus aliados até o norte do Iraque. Tinham medo de que, com Saddam Hussein deposto, os curdos proclamassem um estado independente.
Hoje, apoiando o programa criado pelos EUA no Iraque, se destacam cerca de 100 mil peshmergas (um termo utilizado pelos curdos para se referir a curdos armados. Literalmente significando "aqueles que enfrentam a morte"), que lutam para ganhar poder no futuro sistema político que está sendo criado na região, usufruindo da rede de proteção aliada. A situação, contudo, continua delicada, já que os EUA temem que o Iraque se torne uma terra instável, com uma eterna luta entre os vários grupos étnicos. Evitam um apoio explícito ao que continua sendo a meta única dos curdos: criar uma pátria.
É difícil mensurar com exatidão a quantidade de curdos vivendo no mundo hoje pela falta de um censo específico e por causa da miscigenação dos curdos nas várias regiões em que habitam. Os números aproximados são: Turquia: 14 milhões; Irã: 6 milhões; Iraque: 5 milhões; Síria: 1 milhão; Azerbaijão: 200 mil, Líbano: 80 mil; Armênia: 75 mil e Geórgia: 40 mil.
Quando foi governado por Saddam Hussein, o Iraque envolveu-se em conflitos com o Irã em 1980 e com o Kuwait em 1990. Desde então, nunca deixou de estar no centro das preocupações mundiais. A principal razão do conflito Irã e Iraque foi a disputa pelo canal Chatt Al Arab que liga o Tigre ao Eufrates. Ele é a única saída do Iraque para o mar, sendo fundamental para o seu comércio externo. Durante a guerra, 1980 até 1988, o Iraque obteve o apoio da Ex-URSS e dos EUA. O governo e as corporações americanas não apoiavam ao governo fundamentalista iraniano investindo altos recursos financeiros e militares ao Iraque. O conflito terminou sem vencedores. Como o Iraque estava bastante endividado, a saída encontrada foi invadir o Kuwait em 1990 com a principal justificativa a alegação de que o Kuwait fora originalmente sua província. A conseqüência dessa invasão foi a formação de uma coalizão internacional liderada pelos EUA que expulsou os iraquianos em 1991 temendo o aumento do preço do petróleo. Esses combates ficaram conhecidos como a Guerra do Golfo.
Como consequência da Guerra do Golfo, o Iraque passou a sofrer um embargo econômico. Segundo o tratado de paz assinado, ele só seria suspenso se o governo iraquiano permitisse a inspeção e a destruição de seus arsenais de armas de destruição em massa. Após os atentados de 11 de setembro de 2001, os EUA anunciaram uma nova estratégia na luta contra os governos e movimentos acusados e ou suspeitos de colaborarem com organizações armadas e desenvolver armas de destruição em massa. A Al Qaeda, o Iraque e Saddam Hussein tornaram-se alvos prioritários dos EUA. O mais interessante é que Saddam Hussein foi alçado a liderança do Iraque pelos EUA na década de 1980.
Apenas Reino Unido, Espanha e Itália apoiaram as ações militares de George Bush. Mesmo aceitando a inspeção da ONU que não comprovou a existência de armas de destruição em massa no país ou indícios de vínculos com a Al Qaeda, o Iraque foi invadido em 2003 quando Saddam foi deposto. Desde então, tropas americanas e britânicas ocupam o Iraque e Saddam foi enforcado no final de 2006.
Em março de 2007, o parlamento iraquiano estava na iminência de aprovar uma nova lei do petróleo. Abria possibilidade empresas estrangeiras explorarem esse mineral. Nesse conflito, cerca de 650 mil vítimas civis do Iraque e cerca de 3 mil soldados dos EUA foram mortos.
Essa zona do Oriente Médio e adjacências também acumulam fortes tensões internacionais: conflito entre o Paquistão e a Índia pela Caxemira; ameaças do Irã suspeito de produzir armas nucleares; pressões da Rússia na região transcaucasiana; temores sobre a relação entre a Turquia e o Curdistão iraquiano; numerosos litígios pelo controle da água doce; ganâncias suscitadas pela existência de petróleo no centro de um vasto triângulo formado pelo Golfo, Irã e Mar Negro.
A guerra do Iraque é muito cara. Em 2005, as despesas militares dos EUA atingiram a soma de 500 bilhões de dólares, o equivalente às despesas militares do resto do mundo. Em consequência da globalização, o sistema econômico dos EUA não repousa mais apenas na sua capacidade manufatureira, porém sobre o consumo. O déficit comercial estadunidense pesa nas finanças internacionais arriscando provocar uma desvalorização do dólar, um aumento das taxas de juro, uma queda nas bolsas de valores e uma recessão mundial, sendo um dos principais problemas invisíveis atuais.