domingo, 16 de outubro de 2011

REGIÃO SUDESTE - RESPOSTAS

1. Sudeste.

2. Sim. A expansão da economia cafeeira e das atividades industriais provocou nas regiões Sul e Sudeste uma urbanização que fortaleceu o mercado interno. No século XX, essas regiões apresentaram um processo de formação e crescimento urbano mais descentralizado, constituindo uma importante rede de cidades.

3. As significativas mudanças ocorridas na política e no sistema socioeconômico brasileiro, com o aumento do trabalho livre e assalariado a partir do fim do século XIX levou a novas formas de ocupação do território. A posição privilegiada do Rio de Janeiro esteve ligada ao fato de ser capital da colônia a partir de 1763, na fase da mineração, e ter sido sede da Coroa portuguesa a partir de 1808, mantendo-se na condição de capital do governo imperial após a independência em relação a Portugal. Com a expansão da economia do café no sul de Minas Gerais, Espírito Santo e em São Paulo, inúmeras ferrovias foram construídas, desenvolvendo um sistema de transportes, que ligava o porto do Rio de Janeiro a essa extensa área de influência. Nessa fase, a cidade do Rio de Janeiro passou por um novo crescimento.
A partir de 1889, com a República, os estados passaram a ter maior autonomia na organização de sua produção econômica, o que contribuiu para que São Paulo competisse com o Rio de Janeiro e organizasse o escoamento da produção cafeeira do interior do Estado para o porto de Santos. Mesmo assim, a cidade de Rio de Janeiro continuou sendo a maior cidade brasileira até 1960, quando foi superada por São Paulo.

4. O eixo econômico Rio de Janeiro – São Paulo corresponde à área mais urbanizada e com maior concentração de indústrias no Brasil. As relações intensas entre as duas grandes metrópoles, levou a uma grande concentração de atividades econômicas diversificadas e de vias de comunicação e de transportes numa pequena área do território brasileiro, assim como o crescimento de várias cidades ao longo desse eixo. Apesar de as duas metrópoles não estarem fisicamente unidas, suas atividades econômicas e deslocamentos populacionais revelam um alto grau de integração caracterizando a chamada megalópole, ou seja, a união de duas metrópoles.

5. O café.

6. I Guerra Mundial, Crise de 1929 e a II Guerra Mundial.

7. “Aglomeração Paulistana” foi o termo que, a partir de 1957, as autoridades adotaram para descrever a Metrópole e as relações que se estabeleciam entre seus diferentes municípios. Entretanto, a Metrópole só foi institucionalizada oficialmente em 1967. Alguns acontecimentos foram essenciais no processo de metropolização como: incremento de população através dos movimentos migratórios; crescimento natural de sua população; desenvolvimento de suas atividades econômicas; a ampliação do território metropolitano e, principalmente, a ampliação das relações de trocas entre um grande número de municípios.

8. As indústrias de bens de produção ou indústrias de base, de consumo duráveis e não duráveis foram instaladas onde a economia se apresentava mais desenvolvida em relação à disponibilidade de mão-de-obra, aos recursos financeiros, à rede e à infra-estrutura de transportes, à produção e distribuição de energia elétrica. O surgimento de indústrias de base nos anos 1940 criou condições para a instalação das indústrias de máquinas, ferramentas, automóveis, eletrodomésticos, trens, caminhões etc.

9. A principal indústria de base foi a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), produtora de chapas, vigas e barras de aço, localizada em Volta Redonda, Rio de Janeiro. Essa área foi escolhida porque ficava entre os principais centros consumidores, São Paulo e Rio de Janeiro, e porque fica próxima a zona de extração de minérios de ferro e manganês do Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais. Além disso, fica próxima a hidroelétrica em Além-Paraíba, facilidade de entrada do carvão mineral de Santa Catarina através do porto do Rio de Janeiro, bem como a ligação ferroviária com São Paulo e Rio de Janeiro.

10. Por que nas outras regiões do Brasil, os governos estão investindo em redes de infraestrutura, criando políticas de incentivo fiscal, os salários são menores, tem mão-de-obra e mercado consumidor disponíveis.

REGIÃO NORTE - RESPOSTAS

1. Em 2004, 20% estava destruído. Os Estados mais atingidos foram Rondônia, Pará e Tocantins. Na Amazônia Legal, Mato Grosso e Maranhão também sofreram intenso desmatamento. As causas: exploração de madeira, expansão das atividades agropecuárias e extrativismo mineral, construção de estradas e hidroelétricas, crescimento das cidades.

2. Do período colonial até 1960, o povoamento acompanhava o curso do rio Amazonas e de seus afluentes. Os impactos ambientais eram pequenos. Com as rodovias Belém-Brasília, Cuiabá-Santarém, Cuiabá-Porto Velho, Porto Velho-Boa Vista, aumentou o povoamento e o desmatamento.

3. O desmatamento inicia-se nas beiradas das estradas e vai avançando pelo interior da floresta. Os pecuaristas ocupam as terras desmatadas para a criação de gado. Depois vendem essas terras a agricultores. Isso gera um ciclo destruidor das florestas: os madeireiros avançam cada vez mais, os pecuaristas vão seguindo-os, assim como os agricultores (soja). Como no Sul e no Sudeste as terras são muito caras, os sojicultores têm que lucrar melhorando a produtividade. No Norte, devem apenas comprar terras dos pecuaristas. A soja financia o pecuarista, e este, o madeireiro, que avança cada vez mais na floresta.

4. Com o desmatamento os solos ficam expostos e as chuvas provocam erosão, os rios recebem uma carga de detritos muito grande que os tornam rasos – assoreamento. Tudo isso provoca mudanças na fauna e flora além de enchentes. O clima dominante na região é o equatorial com temperaturas elevadas e grandes índices pluviométricos devido à grande evaporação de água que ocorre na região. O clima pode ficar mais seco e as temperaturas subiriam de 1,5ºC a 2,5ºC. O ciclo das chuvas seria reduzido em 20%. As áreas de floresta ao redor das rodovias seriam transformadas em savanas. As queimadas aumentariam a quantidade de CO2 e muitas espécies de animais e plantas estariam ameaças de extinção.

5. A região Norte tem sofrido um intenso processo de urbanização: o ritmo veloz do crescimento da população urbana: em 1970, a população urbana representava 35,5% da população total; em 1980, 44,6%; em 1990, 61%; e em 2000, 69%; a partir de 1970, além do crescimento de Manaus e Belém, cidades pequenas e médias também cresceram. Muitas cidades surgiram e passaram a crescer ao longo dos eixos rodoviários, e não apenas ao longo dos rios; há diferentes modelos de urbanização nessa região: enquanto no sudeste do Pará encontramos cidades pequenas ligadas a cidades maiores, em Rondônia temos cidades regularmente espaçadas, com tamanho bastante semelhante; é íntima a relação cidade-campo: a população atraída para a região em busca de terras e emprego, não sendo absorvida, gira como pião dentro dela, buscando abertura de novas frentes, trabalhando no campo e residindo em núcleos urbanos.

6. No final dos anos de 1960, foi criada a Zona Franca de Manaus, com o objetivo de transformá-la num importante centro industrial e integrar a Região Norte ao resto do país. Varias empresas foram atraídas para a região devido a isenção de impostos (montadoras de televisão, som e vídeo, computadores, CDs, etc.). Essa é a razão do grande crescimento de Manaus. Mas o crescimento urbano e industrial também trouxe problemas. Muitos habitantes de Manaus moram em favelas sem água encanada, esgoto, recolhimento de lixo, etc.

7. Em Laranjal do Jari (Amapá) foi iniciado o projeto Jari pelo norte-americano Daniel Ludwig, em 1967, a fim de desenvolver atividades integradas de silvicultura, agropecuária e indústria. Nos anos de 1980 ele foi vendido a um grupo de empresários e, atualmente, sua principal atividade é a produção de celulose. A maioria dos trabalhadores veio do NE e mora na favela fluvial do Beiradão (aproximadamente 40 mil pessoas).

8. O Projeto Grande Carajás ocorreu no Pará. Visava a exploração mineral. A construção de estradas e hidrelétricas provocou o crescimento de várias cidades como Carajás, Marabá, Tucuruí e Paragominas. A CVRD extrai diversos minerais de uso industrial: manganês, alumínio, cobre, ouro, estanho, níquel e ferro de excelente qualidade. Vive situação de carência de infraestrutura urbana e pobreza.

9. Existem florestas de terra firme e de inundação. A floresta de terra firme está situada em terras mais altas e ocupa 90% da área total da região. Tem árvores de grande porte (60-65 m), situadas bem próximas umas das outras; suas copas costumam formar uma cobertura que impede a maioria dos raios solares de penetrar na floresta, tornando seu interior muito úmido e escuro. A floresta inundada possui vegetação mais baixa e pode ser dividida em mata permanentemente inundada (florestas de igapós) e as de inundação periódica (florestas de várzeas). Suas árvores estão adaptadas a viver submersas nas épocas de cheia, quando a água chega a cobrir árvores inteiras. Seus troncos são envolvidos por espessas camadas de cortiça, que evitam seu encharcamento e apodrecimento. As pessoas costumam habitar as florestas de várzea devido à facilidade de locomoção.

10. O relevo é caracterizado por baixas altitudes com menos de 200 m. Predominam depressões e planícies. Mas, também podemos encontrar algumas áreas mais elevadas. O Pico da Neblina é o ponto mais alto do Brasil e fica na serra do Imeri, que faz parte dos terrenos mais antigos que limitam a bacia do rio Amazonas no norte.

11. O Amazonas é o maior rio do mundo em volume de água. Nasce no Peru, onde é chamado Marañon, mas em terras brasileiras passa a ser chamado Solimões. Após encontrar-se com o rio Negro, próximo de Manaus, forma o Rio Amazonas. Ao todo, percorre 7 110 km de extensão, com diversas ilhas e canais. Ai fica Marajó, a maior ilha flúvio-marítima do mundo. Chamamos de Bacia Amazônica a grande extensão de terras de baixas altitudes com uma complexa rede de rios, canais, lagos e lagunas, que ocupa mais ou menos 7 milhões de quilômetros quadrados no Brasil, Guiana Francesa, Suriname, Guiana, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia.

12. Resposta pessoal. É preciso que saibamos utilizar esses recursos de maneira mais equilibrada para que outras gerações também possam usufruir da biodiversidade amazônica, como nós. Além da natureza e seus elementos, os diferentes povos e suas culturas também devem ser valorizados e preservados.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

RIOS - 5ª SÉRIE

Relevo de um Rio

O relevo de uma região, o clima e a força da gravidade são as principais condicionantes do trajeto dos cursos de água.
A água de precipitação, que cai na bacia hidrográfica, é recolhida pela rede hidrográfica, que a transporta de uns rios para outros até chegar ao rio principal, que a conduzirá ao mar.
Há rios que transportam água todo o ano e possuem um caudal abundante, enquanto outros só têm água depois da época das chuvas, são os chamados rios sazonais.
Os rios modelam a paisagem criando formas de relevo muito diferentes na superfície que atravessam.
No seu percurso, desde a nascente até a foz, o rio desenvolve um trabalho de desgaste dos terrenos por onde passa, de transporte dos materiais arrancados e de acumulação desses materiais em planícies aluviais. Este processo designa-se por erosão fluvial.

Os cursos de água tendem a correr em espaços mais ou menos bem determinados, que se designam por leitos. Os limites laterais do rio designam-se por margens e relacionam-se com o leito aparente. Tendo em consideração as características topográficas e a variação sazonal dos caudais, nos cursos de água das regiões temperadas podem distinguir-se, normalmente, várias seções ou leitos.
Podemos dividir o percurso de um rio da nascente até a foz em três seções que podem ser comparadas com as três fases da vida humana:
-  o curso superior, ou alto curso, equipara-se à juventude;
-  o curso médio equivale à maturidade;
-  o curso inferior, à velhice.
Na fase inicial ou no curso superior, os rios correm geralmente entre montanhas, o declive dos terrenos é muito acentuado e a força das águas é muito significativa. O desgaste na vertical é acentuado e os vales apresentam vertentes abruptas, os vales são em V fechado, nesta fase podem surgir cataratas.
No curso médio, o declive do terreno não é tão acentuado, o desgaste faz-se na horizontal, alargando o leito do rio, formam-se vales mais abertos.
Na fase final, no curso inferior, o rio perde velocidade e dá-se a deposição dos materiais (aluviões) que o rio transportou durante o seu percurso. Formam-se vales em caleira e as planícies aluviais.
Quando o rio atravessa uma planície pode desenvolver curvas chamadas meandros. Estes surgem porque o rio desgasta as margens côncavas e acumula nas margens convexas.

Os deltas formam-se geralmente em locais onde as marés e as correntes marinhas têm pouca força. A escassa força das águas do mar faz com que a corrente vá depositando os aluviões junto à foz, construindo um depósito de sedimentos de forma triangular. 
Os estuários formam-se em locais onde a força das marés e das correntes marítimas é intensa. A água arrasta os aluviões até zonas muito afastadas da foz e deposita-os no fundo do oceano.
Como o estuário comunica abertamente com o mar ou com o oceano, produz-se nessas zonas uma mistura de águas e de sedimentos tornando-as ricas biologicamente.
É na parte terminal que se desenvolvem, em rios mais evoluídos, extensas planícies formadas pela acumulação de sedimentos depositados nesses rios ao longo da sua existência. Essas superfícies designam-se por planícies de inundação, porque se formam precisamente pela inundação das áreas correspondentes, devido ao transbordo das águas fluviais e consequente deposição de sedimentos.
As planícies de inundação definem um leito maior, de cheia, em contraste com um leito menor, normal, delimitado pelas margens habituais. Define-se, na estação seca, um leito de estiagem, quando a falta de água faz emergir os sedimentos do leito menor.
Riscos geológicos: As cheias
As cheias são fenômenos extremos devido à dinâmica fluvial. Diz-se que há uma cheia sempre que um rio transborda em relação ao seu leito normal. Esse transbordo origina, por sua vez, a inundação dos terrenos nas margens do rio. Todas as cheias provocam inundações, mas nem todas as inundações são causadas por cheias (tsunami).
Conforme a morfologia do vale, assim a inundação se manifesta em altura ou em extensão. Se o vale for estreito, o nível das águas pode subir dezenas de metros, por outro lado, se o vale for amplo, pode ser muito grande a extensão das áreas afetadas.
As cheias devem-se, na maior parte dos casos, a causas climáticas, mais precisamente à precipitação elevada, o que pode corresponder a chuvas muito intensas, numa pequena bacia hidrográfica, ou a chuvas contínuas e prolongadas (semanas a meses), ainda que pouco intensas, afetando várias áreas.
Assim originam cheias rápidas, mais perigosas, porque sendo repentinas, apanham as populações de surpresa, e as cheias progressivas, que se devem ao aumento progressivo do caudal dos rios. As cheias também podem ter outras causas naturais, de origem climática, origem marinha ou devido a obstáculos.
Nas zonas urbanas, o desenvolvimento natural do ciclo hidrológico é substancialmente alterado pela impermeabilização geral dos solos decorrente da construção de estradas e habitações, o que contribui fortemente para o aumento de volume das águas que vão engrossar os caudais dos rios e outras linhas de água, cujos leitos tantas vezes se encontram estrangulados ou mesmo ocupados por construções.
O homem interfere, sobretudo:
-   Na rede hidrográfica, através de obras de engenharia, das quais se destacam as barragens.
-   Nos solos, impermeabilizando-os, à medida que aumentam as áreas construídas.
-   Na vegetação, dificultando a infiltração da água, sempre que reduz a cobertura vegetal.
A principal razão para o agravamento dos efeitos das cheias é a ocupação humana das áreas inundáveis, que continua a fazer-se de forma imprudente. Em muitos casos desvalorizam o risco de cheia, dado o grande intervalo de tempo que medeia entre duas cheias consecutivas (período de retorno). Por outro lado, as pessoas tendem a ficar nos mesmos locais, chegando a ser compensados por apoios econômicos dos governos, também eles responsáveis por permitirem a construção em áreas de risco.
Apesar dos enormes transtornos que podem causar às populações, as cheias também têm alguns benefícios:
-   Os sedimentos finos que se depositam nas planícies de inundação fertilizam os solos, tornando esses terrenos muito apetecidos para a agricultura.
-   As areias que chegam ao litoral vão alimentar as praias, contribuindo para o equilíbrio entre sedimentação e erosão costeira.
-   Chegam também ao litoral, devido às cheias, grandes quantidades de nutrientes utilizados nas cadeias alimentares marinhas.
-   A quantidade de água que se infiltra nos terrenos das margens dos rios reabastece as reservas hídricas subterrâneas.
Prevenção das cheias
A forma mais eficaz de combater os riscos naturais é evitar, dentro do possível, a ocupação das áreas onde se manifestam como é o caso dos fundos de vale, que são os leitos de cheia. Cabe às autoridades, no âmbito do ordenamento do território e da proteção civil, a elaboração de planos de ocupação do solo e a cartografia de zonas de risco, nomeadamente de zonas de risco de cheia, que salvaguardem a segurança das populações.
Estas zonas devem tornar-se espaços abertos, de áreas verdes, nas faixas próximas dos cursos de água, livres de construções, até ao limite definido pela maior cheia de que há memória. Mesmo nesse limite, a ocupação do solo deve ser pouco densa e as construções aí existentes adaptadas, recorrendo, por exemplo, ao uso de pilares.
Nas últimas décadas é o crescimento urbano que tem sido responsável pela diminuição da infiltração da água, devido à impermeabilização da superfície. As vertentes têm sido desflorestadas, o que também favorece o escoamento superficial das águas e o consequente transporte de sedimentos para os cursos de água. Assim, aumenta a quantidade de água que escorre para os rios e outros cursos de água e o consequente assoreamento dos leitos, o que provoca o extravasamento das águas dos leitos normais.

Interferência do Homem no curso dos rios
O homem tem tentado evitar a inundação de áreas especialmente críticas das bacias hidrográficas, através de obras de engenharia, entre as quais se destacam:
- As barragens;
- Os diques de proteção;
- Os canais de derivação.

O homem modifica o curso do rio ao construir barragens.
Estas são importantes para o abastecimento doméstico e também para a produção de energia. As barragens são um importante meio de prevenção contra as cheias, porque regularizam o caudal dos rios ao longo do seu percurso.
O impacto ambiental das barragens é grande, alteram os ecossistemas, levando ao desaparecimento da fauna e da flora e as povoações que se localizam junto às margens ficam submersas, obrigando à deslocação da sua população.
Os diques são barreiras dispostas ao longo do leito de cheia, tanto longitudinal como transversalmente ao rio. Procuram limitar o avanço das águas quando se dá o transbordo do leito normal.
Os canais de derivação são ramificações do rio construídas nas planícies de inundação, com o objetivo de aumentar a quantidade de água escoada, fazendo-a circular de forma controlada fora do leito normal.
A limpeza dos leitos é uma medida preventiva contra as cheias, o comportamento civilizado das pessoas, que não podem utilizar os cursos de água como depósitos de lixo, e pela ação das autoridades, que tudo devem fazer para assegurar a remoção de obstáculos à livre circulação da água.

Vantagens associadas às barragens:
Armazenam água para abastecimento público.
Permitem irrigar vastas regiões totalmente áridas.
Geram energia hidroelétrica.
Transformam rios em importantes vias de comunicação.

Desvantagens associadas às barragens:
Acarretam custos elevados.
As terras situadas a jusante perdem a capacidade de irrigação.
A erosão a jusante aumenta.
As praias deixam de ser alimentadas por sedimentos.
Reduzem a quantidade de nutrientes chegados ao mar, prejudicando as comunidades de piscicultores.
Verifica-se a deterioração da água a jusante.
As barragens acabam por reter, além da água, os sedimentos que esta transporta. Como consequência faltam sedimentos a jusante, nomeadamente no litoral, em compensação, acumulam-se em excesso a montante, o que interfere na vida útil de uma barragem, que pode ser projetada para 100 anos e durar menos de 20.
A interrupção do trânsito sedimentar que se deve quer às barragens, quer à exploração de areias nos leitos e nas margens dos rios, pode prejudicar, entre outros aspectos, a estabilidade de obras de engenharia, como pontes, a jusante das barragens.

Hidrelétrica de Itaipu - 5 de Novembro de 1982

Dia em que foi inaugurada a usina hidrelétrica de Itaipu, a maior do mundo.
Itaipu gera um quarto da eletricidade consumida no Brasil.
Com a quantidade de cimento que foi usada na construção de Itaipu daria para construir 200 estádios do tamanho do Maracanã.
Com a quantidade de aço daria para construir 350 torres como a Torre Eiffel de Paris.
A barragem de Itaipu tem a mesma altura que um prédio de 63 andares e a extensão de mais de um quilômetro.
Tudo bem que Itaipu é um colosso da engenharia, mas é preciso lembrar que a implantação da usina acabou com uma das mais belas imagens do mundo, as Sete Quedas.
Sete Quedas era a maior cachoeira do mundo em volume de água e desapareceu depois que a construção de Itaipu represou o Rio Paraná, fazendo subir o nível do rio em 120 metros.
O lago formado pela água represada por Itaipu é o segundo maior lago artificial do mundo. 



Rio Paraguai
Nasce na Chapada dos Parecis, no estado de Mato Grosso e banha também o estado de Mato Grosso do Sul. Suas duas margens são brasileiras. Faz fronteira do Brasil com a Bolívia só num trecho ao sul da Bolívia.
Percorre um trajeto de cerca de 2.621 km até sua foz, no rio Paraná. Dentro do território brasileiro, o rio Paraguai percorre cerca de 1693 Km. A navegabilidade do rio em terras do Brasil dá-se satisfatoriamente a partir de Cáceres (passando por Corumbá) até a foz do rio Apa.
Hoje, os maiores impactos ambientais estão na área de planalto dos afluentes do Paraguai, onde estão localizadas as monoculturas de soja, milho, arroz e cana-de-açúcar e a pecuária extensiva, que, em geral, com base no mau uso do solo, promovem desmatamentos, erosões, uso indiscriminado de fertilizantes e pesticidas que alteram a qualidade das águas e afetam a saúde ambiental desses rios.
Por outro lado, as instalações industriais como as da chamada agroindústria (frigoríficos e usinas de álcool), além de usinas siderúrgicas, como a de Aquidauana, contaminam os rios com matéria orgânica e efluentes tóxicos, como metais pesados e outros compostos. No rio Paraguai, propriamente dito, as atividades que causam problemas ambientais são a mineração de diamante, mau uso do solo na atividade agropecuária na região de suas nascentes, as dragagens e a navegação irregulares.

Rio Nilo
O Rio Nilo é um dos maiores do mundo.  Sua bacia hidrográfica ocupa uma área de 3.349.000 km² abrangendo nove países africanos: Uganda, Tanzânia, Ruanda, Quênia, República Democrática do Congo, Burundi, Sudão, Etiópia e Egito.  Tradicionalmente, consideram sua nascente no Lago Vitória.
Atualmente, o rio assume uma grande importância, principalmente no Egito. É usado como via de transporte, sistemas de irrigação da agricultura e também para gerar energia elétrica, através da usina hidrelétrica de Assuã.
A partir da sua fonte mais remota, no Burundi, o Nilo apresenta um comprimento de 6.627,15 km.  Muitos geógrafos deixaram de considerá-lo como o maior rio do mundo, perdendo o posto para o rio Amazonas, com cerca de 6.992,06 km de extensão.
Segundo Heródoto (historiador grego), "O Egito é uma dádiva do Nilo", sem o Nilo e a cheia, o Egito seria apenas a parte oriental do Saara.
O Nilo possui várias cataratas, mas na Antiguidade distinguiam-se seis cataratas clássicas que estavam situadas entre Assuã e Cartum (Sudão).
A primeira catarata situa-se em Assuã, constituindo hoje em dia a única catarata do Nilo em território egípcio. Esta catarata era na Antiguidade a fronteira sul do Antigo Egito, pois a partir dali começava a Núbia.
A segunda catarata, perto de Uadi Halfa, encontra-se hoje submersa. O faraó Senuseret III ordenou a construção nas suas redondezas das fortalezas de Semna e Kumma.
Delta do Nilo é uma região plana com forma triangular, apresentando 160 km de comprimento e 250 km de largura. No Delta o Nilo bifurca-se em dois canais que levam as suas águas para o Mediterrâneo: a oeste, o canal de Roseta, e, a leste, o de Damieta.

EXERCÍCIOS - REGIÃO SUDESTE - 6ª SÉRIE

RESPONDE:
1. Qual é a região mais populosa do Brasil?

2. Com relação a distribuição da população na região Sudeste, é possível afirmar que 90% vive nas cidades? Justifica:

3. Do que decorre a grande urbanização da região Sudeste?

4. Quais são as cidades do Sudeste consideradas megalópoles? Por que são assim consideradas?

5. Qual foi o cultivo agrícola que facilitou o desenvolvimento da região Sudeste tornando-a a região brasileira mais desenvolvida?


6. Quais foram as três crises mundiais que marcaram as relações internacionais entre diversos países na primeira metade do século XX?

7. Por que São Paulo transformou-se numa grande metrópole?

8. O que é uma indústria de base? Onde elas foram instaladas?

9. Qual foi a principal indústria de base brasileira?


10. Por que está ocorrendo a desconcentração industrial das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, atualmente?

MUITAS INDÚSTRIAS, PORÉM, CONCENTRADAS - SUDESTE E SUL - 6ª SÉRIE

MUITAS INDÚSTRIAS, PORÉM, CONCENTRADAS
As indústrias de bens de produção ou indústrias de base, de consumo duráveis e não duráveis foram instaladas onde a economia se apresentava mais desenvolvida em relação à disponibilidade de mão-de-obra, aos recursos financeiros, à rede e à infra-estrutura de transportes, à produção e distribuição de energia elétrica.
O surgimento de indústrias de base nos anos 1940 criou condições para a instalação das indústrias de máquinas, ferramentas, automóveis, eletrodomésticos, trens, caminhões etc.
A principal indústria de base foi a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), produtora de chapas, vigas e barras de aço, localizada em Volta Redonda, Rio de Janeiro. Essa área foi escolhida porque ficava entre os principais centros consumidores, São Paulo e Rio de Janeiro, e porque fica próxima a zona de extração de minérios de ferro e manganês do Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais. Além disso, fica próxima a hidroelétrica em Além-Paraíba, facilidade de entrada do carvão mineral de Santa Catarina através do porto do Rio de Janeiro, bem como a ligação ferroviária com São Paulo e Rio de Janeiro.
A região Sudeste possui a maior concentração industrial, seguida pela região Sul → mão-de-obra numerosa, oferta de energia elétrica e de transportes modernos, sistemas de comunicação rápidos, um setor de serviços diversificado, de um mercado de consumo forte e de interligação com os mercados mundiais, através de portos marítimos e aeroportos, fizeram com que a localização dessas indústrias fosse extremamente dependentes das economias urbanas.
O Sudeste brasileiro, na época da implantação de grandes empreendimentos industriais, possuía uma economia já bastante diversificada e dinâmica, capitais financeiros e investimentos nacionais e estrangeiros, o que atraía novos empreendimentos.
Nesse processo de crescimento de indústrias, também podemos perceber a participação da Região Sul com agroindústrias e centros-fabris ligados à metalurgia, tecelagem e fiação. Essas indústrias favoreceram a integração da economia das regiões Sul e Sudeste.
A formação de um centro econômico industrial e dinâmico no Sudeste e sua propagação e direcionamento para outras regiões do país resultaram na criação de novos pólos, com a transferência de capitais, empresas e indústrias para outras cidades, estados e regiões do Brasil a partir dos anos 1980. Nas duas últimas décadas, foram feitos investimentos e criadas indústrias no interior do Estado de São Paulo e em outras áreas do país.
Apesar de a atividade industrial estar descentralizando-se e expandindo-se para outras áreas e regiões do país, ela ainda apresenta uma forte concentração espacial, principalmente na região Sudeste.
As formas desiguais de crescimento entre as regiões brasileiras a partir dos anos 1950 acabaram gerando grandes desigualdades entre áreas do país, o que fez com que grande número de pessoas fosse atraído a migrar em busca de novas possibilidades de inserção no trabalho em centros urbanos industriais.
“Aglomeração Paulistana” foi o termo que, a partir de 1957, as autoridades adotaram para descrever a Metrópole e as relações que se estabeleciam entre seus diferentes municípios. Entretanto, a Metrópole só foi institucionalizada oficialmente em 1967. Alguns acontecimentos foram essenciais no processo de metropolização como: incremento de população através dos movimentos migratórios; crescimento natural de sua população; desenvolvimento de suas atividades econômicas; a ampliação do território metropolitano e, principalmente, a ampliação das relações de trocas entre um grande número de municípios.
A situação de isolamento econômico entre diferentes lugares e regiões começou a mudar com o avanço do processo de industrialização. A organização de um sistema de transportes foi sendo implantado, ligando as principais cidades aos centros econômicos e políticos do país, São Paulo e Rio de Janeiro.
Com a realização de um conjunto de obras favorecendo a circulação de informações, pessoas e mercadorias, as empresas foram diversificando seus ramos de atuação e expandindo suas atividades além da área urbana das metrópoles de São Paulo e do Rio de Janeiro.
O eixo econômico Rio de Janeiro – São Paulo corresponde à área mais urbanizada e com maior concentração de indústrias no Brasil. As relações intensas entre as duas grandes metrópoles, levou a uma grande concentração de atividades econômicas diversificadas e de vias de comunicação e de transportes numa pequena área do território brasileiro, assim como o crescimento de várias cidades ao longo desse eixo. Apesar de as duas metrópoles não estarem fisicamente unidas, suas atividades econômicas e deslocamentos populacionais revelam um alto grau de integração caracterizando a chamada megalópole, ou seja, a união de duas metrópoles.
No Brasil, existem mais de 15 regiões metropolitanas: Salvador, Curitiba, Fortaleza, Manaus são as que mais crescem ao lado de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.
As cidades e metrópoles assumem hoje um papel de destaque no conjunto dos diferentes estados do país. Nossa sociedade, cada vez mais, aparece organizada e se relaciona em forma de rede: os pontos de crescimento se dão a partir de diferentes lugares, porém muitos deles estão ainda assentados sobre as principais cidades, uma vez que elas são espaços das trocas, da interação, da produção industrial e dos serviços, do comércio, das artes e da cultura.
Cidades com mais de 1 milhão de moradores foram formadas no Brasil e no mundo num tempo relativamente curto na história da humanidade.
A urbanização é um processo mundial ainda em andamento. No final do século XX, mais da metade da população mundial vivia em centros urbanos.


COMO COMEÇOU O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO E INDUSTRIALIZAÇÃO NO SUL E NO SUDESTE
As significativas mudanças ocorridas na política e no sistema socioeconômico brasileiro, com o aumento do trabalho livre e assalariado a partir do fim do século XIX, levaram a novas formas de ocupação do território. A posição privilegiada do Rio de Janeiro esteve ligada ao fato de ser capital da colônia a partir de 1763, na fase da mineração, e ter sido sede da Coroa portuguesa a partir de 1808, mantendo-se na condição de capital do governo imperial após a independência em relação a Portugal. Com a expansão da economia do café no sul de Minas Gerais, Espírito Santo e em São Paulo, inúmeras ferrovias foram construídas, desenvolvendo um sistema de transportes, que ligava o porto do Rio de Janeiro a essa extensa área de influência. Nessa fase, a cidade do Rio de Janeiro passou por um novo crescimento.
A partir de 1889, com a República, os estados passaram a ter maior autonomia na organização de sua produção econômica, o que contribuiu para que São Paulo competisse com o Rio de Janeiro e organizasse o escoamento da produção cafeeira do interior do Estado para o porto de Santos. Mesmo assim, a cidade de Rio de Janeiro continuou sendo a maior cidade brasileira até 1960, quando foi superada por São Paulo.
A expansão da economia cafeeira e das atividades industriais provocou nas regiões Sul e Sudeste uma urbanização que fortaleceu o mercado interno. No século XX, essas regiões apresentaram um processo de formação e crescimento urbano mais descentralizado, constituindo uma importante rede de cidades.
A incorporação de tecnologias de transportes orientou o crescimento da cidade de São Paulo, estimulado e direcionado pelas ferrovias e pelas linhas dos bondes elétricos. As transformações não se limitavam à área urbana. A expansão cafeeira dinamizou o sistema de comunicação e transportes. O trem, como elemento da modernização, aproximava e articulava lugares, organizava áreas de produção, ligando-as aos mercados de consumo.
O transporte de pessoas e mercadorias, antes da construção das rodovias em nosso país, era feito através da tração animal, principalmente por meio de tropeiros. Os tropeiros integraram as regiões, definiram caminhos, criaram vilas e cidades, estabeleceram vínculos e trocas entre pessoas e lugares. Uma parte da população que se fixou nessas regiões envolveu-se em atividades de defesa das fronteiras do país, já que entre os séculos XVIII e XIX as fronteiras entre o Brasil, o Uruguai e a Argentina ainda não estavam plenamente estabelecidas.
Foi nesse cenário que foi projetada no tempo do Império, a construção da Estrada de Ferro São Paulo – Rio Grande. Entre 1900 e 1904, foi estabelecida a demarcação das atuais fronteiras entre Brasil, Uruguai e Argentina. Nos primeiros anos do governo republicano, a construção dessa ferrovia ganhou impulso e seu funcionamento diminuiu a importância dos tropeiros. O trem e as ferrovias eram vistos como elementos de articulação da produção e da circulação de mercadorias com os capitais financeiros.
Havia também um objetivo estratégico-militar e não apenas econômico de estabelecer uma ligação entre os centros urbanos do país com o extremo sul: assegurar o rápido envio e trânsito de tropas militares em caso de conflitos nas fronteiras sul e oeste da região.
Desde o inicio do século XX, outras ferrovias foram sendo implantadas, estabelecendo comunicações entre o interior e o litoral, interligando as ferrovias aos portos fluviais e marítimos.
Com a instalação e criação da malha ferroviária, o espaço geográfico regional e as formas de ocupação passaram por um conjunto de transformações. Inúmeras colônias de imigrantes foram sendo fixadas caracterizando uma nova fronteira agrícola. Muitas cidades se desenvolveram nas proximidades das estações ferroviárias.

MAS NEM SÓ AS CIDADES SE TRANSFORMARAM COM A INDUSTRIALIZAÇÃO
Nas pequenas e médias cidades e, principalmente, no campo ocorreram transformações e modernizações. As necessidades alimentares criadas por uma urbanização crescente, a possibilidade de ampliar a fronteira agrícola e de mecanizar as produções provocaram um conjunto de transformações no campo.
A produção de alimentos e matérias-primas foi incorporando novas técnicas aos seus processos de produção e beneficiamento. Com a intensificação do processo de modernização do campo associado à industrialização e à urbanização, surgiram novas áreas produtoras. Tais transformações exigem um conjunto de redes de produção, transporte, comercialização e consumo que estão sendo organizados no território para garantir que as produções agropecuárias e industriais estejam integradas, o que significa que vão se criando áreas especializadas em relação à produção agropecuária e extrativa.
O cultivo de café penetrou pelo oeste de São Paulo, acompanhando o trajeto das ferrovias, atingindo o norte do Paraná e proporcionando o surgimento de cidades como Londrina, Maringá e Apucarana que se tornaram importantes centros comerciais, industriais e de serviços. Recentemente, as plantações de café foram sendo substituídas pelo cultivo da soja e do trigo. A utilização de tratores e máquinas provocou a dispensa de muitos trabalhadores.
Nos cinturões agrícolas das regiões Sudeste e Sul, a concentração de modernos sistemas de engenharia, a maior facilidade de acesso à animais selecionados para a produção comercial e insumos, a existência de amplos mercados internos e externos são elementos decisivos na estruturação e ampliação da área de produção na agropecuária modernizada. Essa produção econômica moderna e acelerada acabou gerando grandes êxodos rurais.