sábado, 10 de setembro de 2011

REGIÃO NORTE - 6ª SÉRIE

REGIÃO NORTE

Até metade de 1970, apenas 4% da floresta amazônica havia sido destruída. Em 2004, 20% estava destruído. Os Estados mais atingidos foram Rondônia, Pará e Tocantins. Na Amazônia Legal, Mato Grosso e Maranhão também sofreram intenso desmatamento.
As causas: exploração de madeira, expansão das atividades agropecuárias e extrativismo mineral, construção de estradas e hidroelétricas, crescimento das cidades.
Do período colonial até 1960, o povoamento acompanhava o curso do rio Amazonas e de seus afluentes. Os impactos ambientais eram pequenos. Com as rodovias Belém-Brasília, Cuiabá-Santarém, Cuiabá-Porto Velho, Porto Velho-Boa Vista, aumentou o povoamento e o desmatamento. O desmatamento inicia-se nas beiradas das estradas e vai avançando pelo interior da floresta. Os pecuaristas ocupam as terras desmatadas para a criação de gado. Depois vendem essas terras a agricultores. Isso gera um ciclo destruidor das florestas: os madeireiros avançam cada vez mais, os pecuaristas vão seguindo-os, assim como os agricultores (soja). Como no Sul e no Sudeste as terras são muito caras, os sojicultores têm que lucrar melhorando a produtividade. No Norte, devem apenas comprar terras dos pecuaristas. A soja financia o pecuarista, e este, o madeireiro, que avança cada vez mais na floresta.
Com o desmatamento os solos ficam expostos e as chuvas provocam erosão, os rios recebem uma carga de detritos muito grande que os tornam rasos – assoreamento. Tudo isso provoca mudanças na fauna e flora além de enchentes. O clima dominante na região é o equatorial com temperaturas elevadas e grandes índices pluviométricos devido à grande evaporação de água que ocorre na região. O clima pode ficar mais seco e as temperaturas subiriam de 1,5ºC a 2,5ºC. O ciclo das chuvas seria reduzido em 20%. As áreas de floresta ao redor das rodovias seriam transformadas em savanas. As queimadas aumentariam a quantidade de CO2 e muitas espécies de animais e plantas estariam ameaças de extinção.
Existem formas sustentáveis de utilizar as florestas. Ninguém precisa abandonar as florestas. Precisamos apenas usar os recursos que as florestas possuem sem destruí-las em grande escala.
A região Norte tem sofrido um intenso processo de urbanização:
ü  O ritmo veloz do crescimento da população urbana: em 1970, a população urbana representava 35,5% da população total; em 1980, 44,6%; em 1990, 61%; e em 2000, 69%.
ü  A partir de 1970, além do crescimento de Manaus e Belém, cidades pequenas e médias também cresceram. Muitas cidades surgiram e passaram a crescer ao longo dos eixos rodoviários, e não apenas ao longo dos rios.
ü  Há diferentes modelos de urbanização nessa região: enquanto no sudeste do Pará encontramos cidades pequenas ligadas a cidades maiores, em Rondônia temos cidades regularmente espaçadas, com tamanho bastante semelhante.
ü  É intima a relação cidade-campo: a população atraída para a região em busca de terras e emprego, não sendo absorvida, gira como pião dentro dela, buscando abertura de novas frentes, trabalhando no campo e residindo em núcleos urbanos.
Em Manaus vive mais da metade da população do Amazonas. A população das cinco principais cidades amazonenses, não totaliza 25% de Manaus. Portanto, uma parte significativa da população da Região Norte mora em pequenas cidades. Os aviões constituem um importante meio de transporte, por isso existem muitos aeroportos no Norte.
No final dos anos de 1960, foi criada a Zona franca de Manaus, com o objetivo de transformá-la num importante centro industrial e integrar a Região Norte ao resto do país. Varias empresas foram atraídas para a região devido a isenção de impostos (montadoras de televisão, som e vídeo, computadores, CDs, etc.). Essa é a razão do grande crescimento de Manaus. Mas o crescimento urbano e industrial também trouxe problemas. Muitos habitantes de Manaus moram em favelas sem água encanada, esgoto, recolhimento de lixo, etc.
Estes problemas existem também em outras partes do Norte como em Laranjal do Jari (Amapá). Lá foi iniciado o projeto Jari pelo norte-americano Daniel Ludwig, em 1967, a fim de desenvolver atividades integradas de silvicultura, agropecuária e indústria. Nos anos de 1980 ele foi vendido a um grupo de empresários e, atualmente, sua principal atividade é a produção de celulose. A maioria dos trabalhadores veio do NE e mora na favela fluvial do Beiradão. (aproximadamente 40 mil pessoas)
Situação semelhante de carência de infraestrutura urbana e pobreza também aparece nas cidades do Projeto Grande Carajás no Pará. A exploração mineral, a construção de estradas e hidrelétricas provocou o crescimento de varias cidades como Carajás, marabá, Tucuruí e Paragominas. A CVRD extrai diversos minerais de uso industrial: manganês, alumínio, cobre, ouro, estanho, níquel e ferro de excelente qualidade.
Os problemas da Amazônia vão além da destruição das florestas. Os núcleos urbanos constituem um dos maiores problemas ambientais por terem crescido rapidamente sem a existência de infraestrutura necessária.
Apesar das recentes modificações na Região Norte, as influências indígenas são marcantes principalmente nas cidades situadas às margens dos rios: na alimentação, na cestaria e nos instrumentos de pesca.
Na habitação das pequenas cidades e periferias das cidades maiores, os terreiros batidos quase sempre com uma árvore para fazer sombra e um banco, se assemelham as aldeias indígenas.
No mundo globalizado em que vivemos, percebemos influência externa nas mais variadas atividades rotineiras. Visitas constantes a shopping Center, fast-food, refrigerante em lata... Atualmente, uma série de costumes importados fazem parte do nosso dia-a-dia, sem que tenhamos consciência de sua origem. Nossas formas de lazer são fortemente influenciadas pela mídia, sendo muitas vezes reduzida a uma marca, uma modalidade esportiva, uma forma de consumo.
Encontramos tais costumes importados também nos grandes centros urbanos da Região Norte. Mas também percebemos influências de culturas regionais. Apesar das influências externas, as cidades amazônicas preservam certas peculiaridades. Manaus, por exemplo, possui no ar um ambiente único. É a brisa que vem do rio à tarde e o cheiro da selva verdejante aguçado pela umidade e o calor intenso. Aí sentimos ainda o maravilhoso perfume emanado das cozinhas. O Teatro Amazonas é similar aos melhores do mundo. O porto flutuante do rio Negro também é singular.

AS PAISAGENS DA REGIÃO NORTE

É marcada por florestas, águas, várias espécies de animais e vegetais, a maior concentração de indígenas do país e cidades com um padrão diferenciado de urbanização.
Existem florestas de terra firme e de inundação. A floresta de terra firme está situada em terras mais altas e ocupa 90% da área total da região. Tem árvores de grande porte (60-65 m), situadas bem próximas umas das outras; suas copas costumam formar uma cobertura que impede a maioria dos raios solares de penetrar na floresta, tornando seu interior muito úmido e escuro. A floresta inundada possui vegetação mais baixa e pode ser dividida em mata permanentemente inundada (florestas de igapós) e as de inundação periódica (florestas de várzeas). Suas árvores estão adaptadas a viver submersas nas épocas de cheia, quando a água chega a cobrir árvores inteiras. Seus troncos são envolvidos por espessas camadas de cortiça, que evitam seu encharcamento e apodrecimento. As pessoas costumam habitar as florestas de várzea devido à facilidade de locomoção.
No Estado de Roraima, numa área banhada pelo rio Negro, temos vegetação de campo limpo, no Amapá também. No sul do Pará e do Amazonas encontramos campo cerrado.
O relevo é caracterizado por baixas altitudes com menos de 200 m. Predominam depressões e planícies. Mas, também podemos encontrar algumas áreas mais elevadas. O Pico da Neblina é o ponto mais alto do Brasil e fica na serra do Imeri, que faz parte dos terrenos mais antigos que limitam a bacia do rio Amazonas no norte.
O Amazonas é o maior rio do mundo em volume de água. Nasce no Peru, onde é chamado Marañon, mas em terras brasileiras passa a ser chamado Solimões. Após encontrar-se com o rio Negro, próximo de Manaus, forma o Rio Amazonas. Ao todo, percorre 7 110 km de extensão, com diversas ilhas e canais. Ai fica Marajó, a maior ilha flúvio-marítima do mundo. Chamamos de Bacia Amazônica a grande extensão de terras de baixas altitudes com uma complexa rede de rios, canais, lagos e lagunas, que ocupa mais ou menos 7 milhões de quilômetros quadrados no Brasil, Guiana Francesa, Suriname, Guiana, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia.
A formação das florestas, rios, serras e planícies da Região Norte ocorreu num processo de longa duração, ou seja, bilhões de anos. As formas mais recentes de sua ocupação têm destruído muito de seus recursos naturais. É preciso que saibamos utilizar esses recursos de maneira mais equilibrada para que outras gerações também possam usufruir da biodiversidade amazônica, como nós. Além da natureza e seus elementos, os diferentes povos e suas culturas também devem ser valorizados e preservados.



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