segunda-feira, 15 de agosto de 2011

REGIÃO CENTRO-OESTE


6ª SÉRIE
DIVERSIDADES NO BRASIL – A REGIÃO CENTRO-OESTE
Na primeira metade do século XX, o processo de urbanização e industrialização no Brasil modificou muito mais as regiões Sudeste e Sul do que o Norte, o Centro-Oeste e o Nordeste.
No caso das regiões Norte e Centro-Oeste, suas principais atividades econômicas continuaram voltadas para o extrativismo de minérios e produtos vegetais e a pecuária extensiva. Elas representavam muito pouco para o país, enquanto mercado de consumo interno.
Nas décadas 80 e 90, o modelo de crescimento das regiões Sul e Sudeste impulsionou o processo de expansão de novas fronteiras agropecuárias que ocorria no Centro-Oeste e o Norte, provocando a migração de muita gente para essas regiões. Cresceram, então, os conflitos com os grupos sociais que ali habitavam: posseiros, seringueiros, povos indígenas, populações ribeirinhas etc.
Área total: 1.612.077,2 km²
População (2000): 11.616.742 habitantes
Densidade demográfica (2000): 7,20 hab/km²
Maiores cidades (Habitantes/2000): Brasília (2.043.169); Goiânia (1.090.737); Campo Grande (662.534); Cuiabá (483.044); Aparecida de Goiânia-GO (335.849); Anápolis-GO (287.666).
O Centro-Oeste começou a chamar a atenção dos portugueses no final do séc. XVII, quando eles ai descobriram ouro e pedras preciosas. As primeiras vilas e cidades surgiram em função dessas atividades, como Cuiabá e Goiás velho. Junto com a mineração, desenvolveu-se a criação de gado para transporte e alimentação. Com a decadência da exploração mineral, a população dessa região reduziu. Suas relações com o resto do Brasil – Colônia também diminuíram.
O Centro-Oeste despertou novamente atenção na segunda metade do séc. XIX, durante a guerra do Brasil com o Paraguai. Algumas vilas foram criadas nas margens de rios, favorecendo seu comércio com outras áreas do país.
No início do séc. XX essa região vendia principalmente couro, carne bovina e erva-mate.
Suas maiores cidades ficavam à beira de rios, importantes vias de transporte. Até a década de 40, essa região possuía extensas áreas despovoadas. As distâncias entre cidades e vilas eram muito grandes.
A pecuária extensiva continuava sendo uma de suas principais atividades econômicas.
Nas décadas de 50 e 60, com o crescimento das indústrias e cidades no país, principalmente no Sudeste, o povoamento e a situação econômica do Centro-Oeste começaram a mudar. Alguns pecuaristas compraram mais terras para criar gado, plantaram pastagens e abriram frigoríficos, assim, novas cidades começam a ser fundadas.
Os gaúchos foram pioneiros na migração para essa região.
A partir da construção de Brasília, as modificações na região intensificaram-se. Foram feitas estradas, favorecendo o deslocamento de pessoas e mercadorias.
Essas transformações atraíram migrantes de outras regiões do país.
Relevo:
Caracteriza-se por terrenos antigos e aplainados pela erosão, que originaram chapadões. No oeste do estado de Mato Grosso do Sul e a sudoeste de Mato Grosso, encontra-se a depressão do Pantanal Mato-Grossense, cortada pelo Rio Paraguai e sujeita a cheias durante parte do ano.
Clima, vegetação e recursos minerais:
O clima da região é tropical semi-úmido, com frequentes chuvas de verão. A vegetação de cerrado é variada no Pantanal.
Os recursos minerais mais importantes são calcário (em Goiás e Mato Grosso), água mineral, cobre, amianto (no norte goiano), níquel e ferro-nióbio (em Goiás). O Brasil é o maior produtor mundial de nióbio, muito utilizado na indústria automobilística.
Em Mato Grosso, aumenta a exploração da madeira, cuja retirada predatória cria um dos mais graves problemas ambientais do estado.
Meio ambiente:
No início da década de 90, restavam apenas 20% da vegetação original dos cerrados. As práticas ambientais agressivas adotadas pela agropecuária esgotam os mananciais e destroem os solos que já são naturalmente de baixa fertilidade.
No nordeste de Goiás e Mato Grosso, há constante desertificação, ocasionada pelo desmatamento sem controle. Entre 1998 e 2000 (três anos), quase 900 mil hectares de floresta são derrubados.
O Pantanal e o cerrado são as mais importantes paisagens de destaque no Centro-Oeste. Os hábitos culturais e muitas espécies animais e vegetais estão ameaçados de extinção.
Turismo:
A região mais conhecida é o Pantanal Mato-Grossense. Trata-se da maior bacia inundável do mundo, com vegetação variada e fauna muito rica.
Outros pontos de interesse são as chapadas, como a dos Guimarães, em Mato Grosso, e a dos Veadeiros, em Goiás.
As cidades históricas goianas de Pirenópolis e Goiás (ex-capital do estado de Goiás), preservam casarios e igrejas do período colonial, com mais de 200 anos, possuindo boa rede hoteleira.
Há ainda Brasília, fundada em 1960 e caracterizada pela moderna arquitetura e que hoje é uma das maiores cidades brasileiras – “Patrimônio da Humanidade”.
O sonho de Dom Bosco
 Em 30 de agosto de 1883, Dom Bosco (nascido em 1815 e fundador da Ordem dos Salesianos) teve um de seus famosos sonhos. Alguns trechos do que ele relatou:
 Entre os paralelos de 15º e 20º havia uma depressão bastante larga e comprida, partindo de um ponto onde se formava um lago. Então, repetidamente, uma voz assim falou: “... quando vierem escavar as minas ocultas, no meio destas montanhas, surgirá aqui a terra prometida, vertendo leite e mel. Será uma riqueza inconcebível..."
Em 31/12/56, antes mesmo do início da construção do Plano Piloto, ficou pronta a Ermida Dom Bosco, às margens do Lago Paranoá, exatamente na passagem do paralelo de 15º.
Economia:
A economia do Centro-Oeste cresce em um ritmo semelhante ao do país. Isso faz com que a região tenha, desde 1991, uma participação de 7,2% no PIB brasileiro, segundo o IPEA (acima de US$ 40 bilhões em 1999).
A rodovia Belém-Brasília foi inaugurada em 1959. Foi construída para unir o Centro-oeste ao resto do país.         
A partir dos anos de 1970, o Centro-Oeste ganhou destaque por abrigar a capital do país e por ter se transformado em “celeiro” nacional:
  1970 – adaptação do cerrado à cultura da soja.
  1980 – expansão da soja e do milho.
  1990 – consolidação da produção de carnes e grãos com a participação de grandes empresas nacionais e internacionais.
A agroindústria é o setor mais importante da economia da região que é a maior produtora de soja, sorgo, algodão em pluma e girassol. Responde pela segunda maior produção de arroz e pela terceira maior produção de milho do país. Possui também o maior rebanho bovino do país, com cerca de 56 milhões de cabeças, principalmente em Mato Grosso do Sul.
Atualmente, a porção norte do Estado do Mato Grosso é uma das novas fronteiras de agropecuária da região. Seu espaço geográfico vem sofrendo desmatamento, expansão de estradas e de cidades, alterações culturais.
A elevada produtividade deve-se a investimentos tecnológicos no cultivo e na criação de animais como também na rede de infra-estrutura. O desenvolvimento econômico do norte de Mato Grosso trouxe muitas pessoas para a região. Algumas, sem especialização, ficaram as margens do desenvolvimento aumentado o bolsão de pobreza da região. Verificam-se ao lado de bairros nobres, bairros extremamente carentes.
Outro exemplo de desenvolvimento é Goiás, que atualmente destaca-se na produção de grãos, na pecuária de corte e de leite e na agroindústria (Cica e Perdigão). As indústrias são principalmente do setor de alimentos e de produtos como adubos, fertilizantes e rações, além de frigoríficos e abatedouros.
A maior reserva de manganês do país estão localizadas no Maciço do Urucum, no Pantanal. Devido ao difícil acesso ao local, tais reservas ainda são pouco exploradas.
Urbanização:
A região Centro-Oeste vive intenso  processo de urbanização. Na década de 70, a população rural representava cerca de 60% do total de habitantes. Em apenas dez anos, o percentual caiu para 32%, até atingir 15,6% em 1996 (cerca de 84,4% de população urbana).
Essa progressão se dá não só pelo êxodo rural, mas pelo aumento do fluxo migratório de outros estados brasileiros para os centros urbanos do Centro-Oeste. Consequência direta dos programas de mecanização da agricultura, a migração do campo, modifica a distribuição demográfica da região.
A nova configuração exige dos estados, investimentos em infra-estrutura urbana e serviços. A mobilização, contudo é insuficiente.
Atualmente a região registra indicadores sociais e de qualidade de vida abaixo da média brasileira. Uma exceção é o Distrito Federal, detentor das melhores taxas de escolaridade e da mais elevada renda per capita, da quantidade de veículos e telefones por habitante, de todo o país.
População e transportes:
Os principais centros urbanos da região são Brasília, Goiânia, Campo Grande, Cuiabá, Dourados e Anápolis.
O estado de Goiás possui a segunda melhor e mais conservada malha rodoviária do país, apenas atrás de São Paulo.
O aeroporto internacional de Brasília possui tráfego intenso e fica apenas atrás dos de São Paulo e Rio de Janeiro.
O Aeroporto de Santa Genoveva (Goiânia) e os de Campo Grande e Cuiabá possui razoável infra-estrutura e movimento pequeno.
Existe um razoável movimento de cargas fluviais nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

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