sábado, 11 de agosto de 2012

A SECA NO NORDESTE

A SECA NO NORDESTE
A seca mais uma vez mostra a sua face cruel para o povo nordestino, mas para agravar ainda mais a situação observa-se que a seca está ultrapassando a linha do Polígono das Secas, atingindo inclusive o estado do Maranhão.
Historicamente tem sido assim: as chuvas escasseiam dada a pouca influência de massas de ar úmidas e frias vindas do Sul, logo as massas quentes e secas tendem a permanecer por longo tempo sobre a região; soma-se a isso, neste momento, a temperatura do mar mais baixa em 1 grau o que não propicia evaporação que permita a formação de nuvens.
Essas são as algumas causas naturais. Mas têm outras resultantes da ação humana como o desmatamento sistemático ocorrido ao longo do tempo, especialmente na Zona da Mata.
No livro Vida e Morte do Sertão, o autor Marco Antônio Villa diz que chegam a três milhões de pessoas as vítimas da seca do século XIX ao XX. Uma mortandade semelhante a Guerra do Vietnam.
A escassez de água leva dificuldades à agricultura e à criação de animais, resultando em fome e miséria. A água para consumo humano muitas vezes tem que ser buscada longe e pode apresentar contaminação. Tanto a má alimentação como a contaminação pelo consumo da água de péssima qualidade faz o habitante da região vítima de muitas doenças. Esse cenário propicia o êxodo rural, o que ao longo do século passado inchou as cidades e contribuiu para formação de favelas, gerando assim outros problemas.
O governo tem investido em construção de cisternas, açudes e barragens e em épocas de estiagem, amplia a frota de carros-pipa. Mas ainda é pouco. Faz-se necessária a implantação de um sistema de desenvolvimento sustentável na região para que as pessoas abandonem a submissão às ações assistencialistas do governo. Importante também é o incentivo à agricultura adaptada ao clima e ao solo da região, com modernas técnicas de irrigação.
Neste momento em que o Nordeste enfrenta uma seca que se prenuncia a pior dos últimos 40 anos, a presidente Dilma, após reunir os governadores dos estados afetados pela seca, acenou com a liberação de R$ 2, 7 bilhões.
Agora, é aguardar que o resultado desse investimento contribua de fato para minorar as agruras que milhões de brasileiros enfrentam. Mas não tem como ignorar a indústria da seca e os ralos por onde escorrem o dinheiro público destinado ao atendimento da população carente. Segundo a afirmação corajosa da socióloga e ex-primeira-dama D. Ruth Cardoso, que presidiu o programa Comunidade Solidária de combate à exclusão social e a pobreza, seria melhor jogar o dinheiro de avião que assim chegaria de fato às mãos dos que precisam.

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